Numa declaração, o presidente da Câmara ('mayor'), o democrata Bill de Blasio apelou para o encerramento de atividades não essenciais a 07 de outubro e para a proibição de atividades "de alto risco" em 11 outros bairros da cidade de Nova Iorque.
A proposta precisa da aprovação do Governador do Estado, Andrew Cuomo, para se tornar efetiva.
Se Cuomo aprovar, será a primeira vez que a maior metrópole norte-americana, que se tornou um modelo de controlo da epidemia depois ter registado cerca de 24.000 mortes, é obrigada a regredir no desconfinamento.
"Os nova-iorquinos trabalharam arduamente para controlar a covid-19 e não fazemos esta proposta de ânimo leve", disse o presidente da câmara.
"Mas nesta cidade, a ciência guia as nossas decisões e fazemos o que os factos nos dizem para fazer", acrescentou o edil democrata, numa crítica implícita ao governo Trump e aos republicanos acusados de desvalorizar a pandemia.
Dos nove bairros afetados, seis estão em Brooklyn, particularmente em áreas onde a comunidade judaica ortodoxa está fortemente representada, e três situam-se em Queens, incluindo um bairro perto do aeroporto John F. Kennedy.
Estes nove bairros têm em comum o facto de a taxa de positividade ter permanecido acima dos 3% nos últimos sete dias, apesar das múltiplas intervenções dos serviços de saúde para assegurar que as máscaras são usadas, são utilizados gestos de barreira e as pessoas são encorajadas a serem testadas.
Em seis dos nove bairros, a taxa de positividade é atualmente superior a 5,6% e é ainda mais elevada, com 8,3%, no bairro de Borough Park, em Brooklyn, onde funcionários da saúde foram vaiados há 10 dias por um ativista judeu ortodoxo que denunciou o uso de máscaras.
A proposta de confinamento parcial surge numa altura em que, após semanas de controvérsia, Nova Iorque acaba de reabrir parcialmente as escolas públicas, num modelo que alterna o ensino presencial e 'online', e reabriu os restaurantes a 25% da sua capacidade.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (209.399) devido à covid-19 e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 7,3 milhões).