"Hoje posso anunciar que o governo do Reino Unido decidiu tornar-se no líder mundial em produção de energia limpa de baixo custo, mais barata do que o carvão, mais barata do que o gás", afirmou, num discurso de encerramento do congresso do partido Conservador.
No espaço de uma década, prometeu, a energia eólica 'offshore' vai abastecer todas as 18 milhões de casas do país graças ao investimento de 160 milhões de libras (176 milhões de euros) para produzir turbinas e aumentar a capacidade de 30 gigawatts para 40 gigawatts, criando pelo caminho 60 mil empregos.
Alguns críticos, como a deputada dos Verdes, Caroline Lucas, vincaram que este investimento é insuficiente, já que o consumo doméstico representa apenas um terço do total uso de eletricidade no Reino Unido, e que este vai aumentar à medida que os transportes e casas deixarem de usar combustíveis fósseis.
Johnson lembrou, com ironia, as dúvidas que ele próprio levantou ao criticar em 2013 o partido Trabalhista por ter investido neste tipo de energia renovável antes de 2010.
"Eu lembro-me de como algumas pessoas costumavam gozar com a energia eólica, há vinte anos, e diziam que ela não arrancaria a superfície de um arroz-doce", recordou, numa referência ao que afirmou quando ainda era presidente da Câmara Municipal de Londres e defendia a extração de gás de xisto.
Segundo o primeiro-ministro, que falou para os militantes através da Internet porque o congresso decorre num modelo 'virtual, a "revolução industrial verde" pode também criar até 2030 "centenas de milhares, senão milhões, de empregos".
Para Johnson, a "crise covid" deve ser um "catalisador para a mudança" e para introduzir uma série de reformas na educação e formação de adultos, do planeamento urbano para permitir a construção de mais casas e na criação de infraestruturas de transportes.
O líder do Partido Conservador considera que esta é a oportunidade para resolver "problemas antigos" da economia britânica, tal como ele teve de fazer após contrair o coronavírus, o que o obrigou a ser hospitalizado por uma semana, incluindo vários dias em cuidados intensivos.
"A razão pela qual tive uma experiência tão má com a doença é porque, embora superficialmente tivesse ótima saúde, eu tinha um problema muito comum: eu estava muito gordo. Desde então perdi 26 libras (11,7 quilogramas)", revelou, desmentindo ainda estar a sentir efeitos da doença.
Para o primeiro-ministro, o objetivo do executivo britânico não é "apenas a de restaurar a normalidade", mas que quer tornar o país "mais competitivo, tanto em matéria tributária quanto regulatória".