David Becker elogiou as diversas formas encontradas para dar segurança aos cerca de 150 milhões de eleitores, numa conferência de imprensa na tarde de terça-feira.
Numa altura em que a pandemia da covid-19 é uma das grandes preocupações, Becker elogiou o uso de "gigantescos centros de votos" e considerou uma "inovação maravilhosa" o uso de arenas desportivas ou salas de concerto para a realização dos atos eleitorais, ao contrário dos pequenos locais que obrigam a maior proximidade entre pessoas.
Em Orlando, Atlanta, Detroit ou Filadélfia, as equipas desportivas de grande renome estão a trabalhar em conjunto com organizadores de eleições para disponibilizarem recursos ou infraestruturas.
São vários os benefícios destas novas iniciativas e um deles é que há muitos transportes públicos à volta destes espaços, disse.
O fundador e diretor executivo do CEIR afirmou que os trabalhadores das eleições estão a ser equipados e treinados para serem responsáveis por locais de voto seguros e sem colocar a saúde em risco.
Escudos de proteção feitos de plástico ou vidro, desinfetante de mãos, limpeza das superfícies, canetas de utilização única e uso obrigatório de máscaras são algumas das medidas que estão a ser adotadas.
"É importante recordar que não vamos ter apenas uma grande eleição em novembro, mas dez mil eleições pequenas em todas as jurisdições locais", lembrou, numa referência a eventuais problemas.
Isto porque todos os condados e estados têm regras diferentes para a realização da eleição.
A 03 de novembro realizam-se as eleições presidenciais, que opõem o candidato republicado e atual Presidente norte-americano, Donald Trump, ao candidato democrata e ex-vice-Presidente Joe Biden.
Os eleitores vão também escolher a nova composição do Congresso federal: a Câmara dos Representantes vai a votos para todos os 435 lugares e o Senado vai eleger 35 novos senadores.
Em 11 estados e dois territórios (que não têm estatuto de estado) da federação norte-americana, é também o cargo de governador que está em jogo. Em muitas cidades, 03 de novembro vai servir também para escolher o 'mayor', equivalente a um presidente de câmara municipal.
"Quando 150 milhões de americanos se juntam para fazer a mesma coisa, mesmo com o auxílio de um milhão de voluntários, vai haver coisas que vão correr mal", ainda mais com uma pandemia em curso, salientou David Becker.
Alguns dos problemas normais enfrentados em qualquer eleição nos Estados Unidos são as longas filas, confusões, locais de voto que não vão estar abertos, boletins de votos com erros ou envio de boletins de voto por correio para destinatários errados.
Os problemas vão ser mais rapidamente identificados e denunciados nos estados que concentram todas as atenções, considerados como 'campos de batalha' e chamados 'swing states', sem um resultado previsível, nem uma preferência histórica de escolha do Partido Republicano ou do Partido Democrata.
Becker acrescentou estar a trabalhar de perto com a campanha do basquetebolista Lebron James, intitulada "More Than A Vote" (mais do que um voto), um grupo sem fins lucrativos para combater a supressão de eleitores negros e para incentivar minorias nos EUA a votar.
Apesar de alguns obstáculos persistirem e impedirem certos grupos populacionais de votarem, "para a vasta maioria da população, agora é mais fácil votar do que nunca", sendo que a supressão dos eleitores tem de ser investigada e alterada em anos sem eleições, considerou.
O responsável afirmou que mais pessoas do que nunca já estão automaticamente registadas para o voto, podem registar-se 'online' e podem votar por correio sem terem necessidade de uma justificação, entre outras medidas que aumentam as possibilidades de votar.
"Esta será a eleição mais segura que já realizámos (...) A mensagem principal para os eleitores tem de ser que podem confiar no processo, os votos importam e vão contar", declarou.