O ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, admitiu esta quarta-feira que a situação em Espanha é "muito preocupante", numa altura em que o país assiste a uma subida drástica do número de casos de contágio, e concluiu que existe uma lição última a retirar desta crise pandémica: "A grande lição desta crise sanitária é que é preciso reforçar todo o sistema nacional de saúde".
O governante, que esteve presente num painel de discussão sobre a saúde espanhola, organizado pelo El País, explicou que "a barreira do ECDC [Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças] para começar a tomar medidas é de 60 casos por cada 100 mil habitantes e de 250 casos para tomar medidas drásticas". "Em Espanha, estamos muito acima, portanto há que agir", disse.
Salvador Illa sublinhou, ainda, que o país está "numa situação muito instável". "As coisas estão e amanhã começam a estar mal. Estamos todos em colaboração a nível internacional, estamos todos a partilhar experiências. Não podemos confiar [que tudo vai ficar bem]. Se baixamos a guarda, [os números] disparam. Não se pode fazer diagnóstico precipitados", explicou.
Sobre as divergências com as autoridades regionais de Madrid, que rejeitavam as medidas de restrição focadas na comunidade autónoma pela tutela da Saúde do governo central, Illa deixou uma mensagem de união. "É verdade que há uma certa discrepância com responsáveis políticos, mas em geral, pelo menos no âmbito da Saúde, houve um entendimento muito amplo", garantiu.
Recorde-se que Espanha registou na terça-feira 11.998 novos casos de Covid-19, dos quais 43% em Madrid, elevando para 825.410 o número total de infetados até agora no país, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol. Por outro lado, as autoridades contabilizaram mais 261 mortes com a doença nas últimas 24 horas, aumentando o total de óbitos para 32.486.