ONU critica subinvestimento em saúde. "Temos de aprender as duras lições"

A ONU pediu hoje aos seus Estados-membros que dupliquem esforços para permitir que o acesso a cuidados de saúde seja universal o mais rapidamente possível, frisando que, apesar dos custos, é imprescindível em tempo de pandemia.

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Lusa
07/10/2020 16:18 ‧ 07/10/2020 por Lusa

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Pandemia

 

"Temos todos de aprender as duras lições desta crise. Uma delas é que o subinvestimento em saúde pode ter um impacto devastador nas sociedades e economias", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, num vídeo hoje divulgado.

Apesar de ser uma das metas do desenvolvimento sustentável estabelecidas para 2030, o acesso universal a cuidados de saúde "não pode esperar 10 anos. Precisamos de cobertura universal de saúde, incluindo de saúde mental, agora", sublinhou.

Segundo um documento com recomendações da ONU, todos os indivíduos e comunidades devem receber "os serviços de saúde de que precisam sem [enfrentarem] dificuldades financeiras excessivas".

É importante "remover o maior número possível de barreiras financeiras para ter acesso aos serviços de saúde", considera a ONU, acrescentando que "é um desafio em tempos de recessão económica, mas a covid-19 tem mostrado que o controlo efetivo da pandemia beneficia a economia".

A crise económica limita o acesso aos cuidados de saúde, embora seja durante este período que as pessoas mais precisam, refere o documento, recomendando, nomeadamente, "um reforço das medidas de saúde para reduzir a transmissão de covid-19 a zero" e "garantir o acesso a cuidados para doentes com covid-19 a fim de reduzir o número de mortes".

Como a competição é feroz na pesquisa de vacinas, a ONU sublinha a necessidade de "alargar exponencialmente o acesso a novos diagnósticos e tratamentos rápidos e garantir que as futuras vacinas para a covid-19 sejam um bem público global com um acesso equitativo para todos, em qualquer lugar" do mundo.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos e mais de 35,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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