"Temos todos de aprender as duras lições desta crise. Uma delas é que o subinvestimento em saúde pode ter um impacto devastador nas sociedades e economias", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, num vídeo hoje divulgado.
Apesar de ser uma das metas do desenvolvimento sustentável estabelecidas para 2030, o acesso universal a cuidados de saúde "não pode esperar 10 anos. Precisamos de cobertura universal de saúde, incluindo de saúde mental, agora", sublinhou.
Segundo um documento com recomendações da ONU, todos os indivíduos e comunidades devem receber "os serviços de saúde de que precisam sem [enfrentarem] dificuldades financeiras excessivas".
É importante "remover o maior número possível de barreiras financeiras para ter acesso aos serviços de saúde", considera a ONU, acrescentando que "é um desafio em tempos de recessão económica, mas a covid-19 tem mostrado que o controlo efetivo da pandemia beneficia a economia".
A huge gap in health coverage is one of the reasons why #COVID19 has caused so much pain and suffering.Public health programmes must be inclusive & equitable, without financial barriers.https://t.co/18GCW4hPB1 pic.twitter.com/9XBmzc4RxB
— António Guterres (@antonioguterres) October 7, 2020
A crise económica limita o acesso aos cuidados de saúde, embora seja durante este período que as pessoas mais precisam, refere o documento, recomendando, nomeadamente, "um reforço das medidas de saúde para reduzir a transmissão de covid-19 a zero" e "garantir o acesso a cuidados para doentes com covid-19 a fim de reduzir o número de mortes".
Como a competição é feroz na pesquisa de vacinas, a ONU sublinha a necessidade de "alargar exponencialmente o acesso a novos diagnósticos e tratamentos rápidos e garantir que as futuras vacinas para a covid-19 sejam um bem público global com um acesso equitativo para todos, em qualquer lugar" do mundo.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos e mais de 35,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.