Segundo o Gabinete Federal da Saúde da Suíça, o número de infeções confirmadas - que os epidemiologistas locais consideram, em geral, estar subavaliado - é o mais elevado desde o período entre 16 de março e 01 de abril, altura em que se atingiu novamente o pico dos contágios.
A pandemia do novo coronavírus já causou 1.788 mortes entre os cerca de 56.000 casos confirmados no país, que conta com uma população de cerca de 8,5 milhões de habitantes, sublinhou o gabinete.
O ministro da Saúde helvético, Alain Berset, admitiu terça-feira que a situação no país "não está fácil", apelando, na mesma altura, para que cada suíço assuma as suas responsabilidades nos cuidados a ter, nomeadamente no respeito pelas normas sanitárias, evocando o caso do país vizinho, a França.
"Não queremos começar a fechar tudo, como em França. É preciso que mantenhamos as regras [sanitárias) de base. É preciso que cada um recupere e ajude", afirmou Berset, citado pela agência noticiosa suíça ATS.
Menos afetada do que os seus vizinhos europeus na primavera, a Suíça não tomou medidas de contenção tão drásticas quanto a Alemanha, França e Itália, mas desde o verão o número de novas infeções tem aumentado.
"Os números são inquietantes. São à imagem dos que têm acontecido nas últimas semanas noutros países da Europa. Sem uma reação enérgica, corremos o risco de nos encontrarmos na mesma situação de cidades como Madrid e Marselha", que entraram novamente em confinamento, alertou Didier Trono, responsável do Laboratório de Virologia e de Genética de Lausana à cadeia de televisão púbica RTS.
"Em comparação com os outros países da Europa, que começaram algumas semanas antes de nós a chamar a atenção para o que deve agora ser entendido como uma segunda vaga [de covid-19], não há razão para acreditar que os suíços são diferentes, nem que o vírus na Suíça é diferente ", sublinhou.
Os ajuntamentos de mais de 1.000 pessoas, nomeadamente nos jogos de futebol ou hóquei no gelo, foram novamente autorizados a 01 deste mês, mas sob estritas condições.
A Suíça impôs 10 dias de quarentena aos viajantes oriundos de uma longa lista de países com taxas de infeção consideradas muito elevadas, acima de 60 casos por cada 100.000 habitantes.
Nas últimas duas semanas, na Suíça essa taxa é de 74,2 casos por cada 100.000 habitantes.
No entanto, o valor da taxa difere de um ponto para outro no país, pois está mais alta nos cantões de Genebra (171,4/100.000) e Lausana (151,7/100.000), quase na média em Zurique (83,1/100.000), e abaixo na capital, Berna (60,7/100.000), e Basileia (33,9/100.000).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos e mais de 35,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.