Rei de Marrocos apela à "mobilização geral"

O rei Mohammed VI apelou hoje à mobilização geral face à crise sanitária "sem precedentes" que afetou profundamente a economia de Marrocos.

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Lusa
09/10/2020 19:53 ‧ 09/10/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Enfrentar esta crise sem precedentes, e assinalar os desafios que daí decorrem, requer uma mobilização nacional geral", disse num discurso filmado no palácio real e difundido no parlamento.

Por ocasião do encontro anual de abertura da sessão parlamentar, o monarca, de 57 anos, explicou ter optado por um "formato inédito" de discurso à distância devido às "circunstâncias excecionais".

O último balanço oficial indica que Marrocos registou hoje um recorde de contaminações de covid-19 com 3.455 novos casos, elevando para 146.398 os contágios recenseados, incluindo 2.530 mortes.

No final de setembro, o Banco central marroquino agravou as suas previsões de recessão para 2020, ao indicar uma contração de 6,3% relacionada com uma "retoma mais lenta que o previsto" das atividades e ao "encerramento quase total das fronteiras", e que atingiu fortemente o setor turístico, e quando a seca afeta o setor agrícola.

Na sua intervenção, Mohammed VI colocou o relançamento da economia e o reforço da proteção social como os desafios mais urgentes.

O monarca alauita recordou as medidas já adotadas -- apoio às empresas em dificuldades, fundo de investimentos estratégicos dotado de 15 mil milhões de dirhams (1,4 mil milhões de euros), plano de generalização da cobertura social, "nova estratégia agrícola" incluindo a "mobilização de um milhão de hectares de terras agrícolas coletivas".

O "novo contrato social" prevê designadamente, segundo as suas estimativas, a prestação de cuidados médicos a mais 22 milhões de beneficiários até agora sem acesso, direito à reforma para cinco milhões de trabalhadores ainda excluídos deste dispositivo e subsídios para três milhões de famílias e sete milhões de crianças em idade escolar.

"Esta crise revelou um conjunto de disfuncionamentos, de défices", considerou o rei, que apelou às instituições do Estado e empresas públicas que "atuem como uma alavanca de desenvolvimento, e não como um freio".

O estado de emergência sanitária, em vigor desde meados de março, foi prolongado até 10 de novembro.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e sessenta e três mil mortos e mais de 36,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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