Governo decreta encerramento de 'pubs' e bares em Liverpool
Bares, ginásios e espaços de lazer na zona de Liverpool vão ser forçados a fechar devido ao número elevado de infeções com covid-19, anunciou hoje o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
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Mundo Covid-19
A cidade será a primeira a ser colocada no nível de alerta máximo de um novo sistema de três níveis para Inglaterra de acordo com o nível de infeções, o qual será votado no parlamento na quarta-feira para entrar em vigor na quinta-feira.
"Eu sei que isto é difícil", admitiu Boris Johnson, que pediu aos autarcas locais que colaborem para aplicar estas medidas "difíceis, mas necessárias", que colaborem em troca por mais apoio para meios de fiscalização, incluindo ajuda militar, e reforço dos sistemas locais de teste e rastreamento.
Em regiões sobre o Nível 3, ou alerta máximo, bares e 'pubs' serão forçados a encerrar e as pessoas impedidas de sociabilizar em espaços fechados e em jardins privados, mas o comércio, escolas e universidades vão continuar a funcionar.
As restrições do Nível 2, ou alerta elevado, significam que será ilegal dois agregados familiares encontrarem-se em qualquer espaço fechado, incluindo bares e restaurantes, e as pessoas serão aconselhadas a usar transportes públicos apenas em casos excecionais.
No entanto, continua a ser possível a socialização de grupos até seis pessoas ao ar livre, onde o risco de contágio não é tão grave.
O Nível 1, ou alerta médio, que abrange a maioria do país, mantém em vigor com as regras atuais de limites de ajuntamentos até seis pessoas e encerramento obrigatório de bares e restaurantes às 22:00.
Os números mais recentes sugerem que Liverpool tem quase 600 casos de coronavírus por 100.000 pessoas, um dos mais elevados do país.
Entretanto, três hospitais de campanha, em Manchester, Sunderland e Harrogate, no norte de Inglaterra, foram postos hoje em modo de espera para poderem abrir e receber pacientes com covid-19 nas próximas semanas.
As três unidades fazem parte de uma rede de hospitais denominados 'Nightingale' criados em edifícios como centros de exposições e conferências por todo o Reino Unido no início da primeira onda da pandemia, na primavera, para serem usados no caso de o serviço nacional de saúde britânico [NHS] ficar sobrecarregado.
O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa esta manhã pelo diretor médico da direção geral de Saúde de Inglaterra [NHS England], Steve Powis, que disse ter sido registado um aumento acentuado do número de hospitalizações de pessoas com mais de 65 anos, em particular acima dos 85 anos.
"Temos mais pessoas agora nos hospitais com covid-19 do que tínhamos quando o governo anunciou restrições em 23 de março", vincou Powis, que alertou para um nível de mortalidade "terrível" se não foram tomadas novas medidas.
O subdiretor geral de Saúde de Inglaterra, Jonathan Van-Tam, vincou que este não é um problema apenas no norte do país, mas que "é um fenómeno nacional" e que "quase todas as áreas do Reino Unido estão a registar agora aumentos na taxa de infeção".
Este responsável justificou a necessidade de acelerar preparativos e impor novas restrições com as estimativas de uma deterioração da situação.
"Os números de hospitalizações de agora estão relacionados com infeções de há cerca de três semanas atrás", salientou, antecipando "mais hospitalizações e mais mortes" nas próximas semanas.
As autoridades de saúde estimam que o índice de transmissibilidade efetivo (Rt) no Reino Unido esteja entre 1,2 e 1,5%.
Os dados mais recentes indicam que o Reino Unido registou até agora 603.716 casos, dos quais 12.872 no domingo, e 42.825 mortes.
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