"Fizemos um trabalho fantástico... As vacinas estão a chegar e os tratamentos estão a chegar", disse o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no canal de televisão NBC, num debate em direto, a partir de Miami, na Florida.
"Encontramo-nos numa situação em que temos mais de 210.000 mortos e o que está ele [Trump] a fazer? Nada", criticou, por seu turno, o candidato democrata no canal de televisão ABC, transmitido a partir de Filadélfia, na Pennsylvania.
Os dois candidatos às eleições presidenciais de 03 de novembro participaram à mesma hora em dois programas televisivos com perguntas de eleitores, em substituição do debate proposto para o mesmo dia em formato virtual, que Trump recusou.
Na semana passada, o bilionário republicano recusou participar no segundo debate da campanha, marcado para quinta-feira, quando os organizadores anunciaram que seria feito de forma virtual, como medida de precaução, caso Trump, que esteve infetado com covid-19, ainda estivesse contagioso.
"Não vou perder o meu tempo", disse então o republicano.
Trump mostrou-se tenso e irritado com as perguntas, especialmente sobre o porquê de usar tão pouco a máscara.
"Sou Presidente, tenho de ver pessoas... Não posso estar fechado numa bela sala algures na Casa Branca", ironizou.
O republicano também recusou condenar explicitamente o movimento de conspiração QAnon.
"Não sei nada sobre QAnon", disse, antes de assegurar que concordava com as posições do movimento "contra a pedofilia".
Em contraste, o candidato democrata, que lidera a corrida nas sondagens, respondeu às perguntas da audiência num registo muito mais calmo.
É necessário "ouvir o outro", disse a um eleitor que lhe perguntou como tencionava restaurar a "cortesia e a honra" na política norte-americana.
Mais de 17,5 milhões de norte-americanos já votaram por correspondência ou em voto antecipado, com as sondagens a darem vantagem a Biden.
O antigo vice-presidente democrata lidera por quase 10 pontos percentuais a média nacional das sondagens de opinião para as eleições presidenciais de 03 de novembro.
Trump esteve afastado da campanha eleitoral durante mais de dez dias, depois de ter tido resultado positivo no teste para o novo coronavírus em 02 de outubro.
O médico da Casa Branca, Sean Conley, disse na segunda-feira que o republicano obteve testes negativos à presença do novo coronavírus SARS-CoV-2 durante "vários dias consecutivos", através dos denominados "testes rápidos", e foi autorizado a viajar.
Desde então, o Presidente norte-americano, que se afirmou "imune" ao vírus, tem vindo a intensificar a campanha em estados decisivos, tendo já participado em quatro comícios na Florida, Pennsylvania, Iowa e Carolina do Norte em apenas quatro dias, rodeado por milhares de apoiantes.
Um debate entre os dois candidatos está ainda agendado para 22 de outubro em Nashville, Tennessee.