Brasil anuncia resultados positivos em tratamento "precoce" contra Covid

O Governo brasileiro anunciou na segunda-feira que obteve "resultados positivos" num tratamento "precoce" contra a covid-19, através da aplicação do antiparasitário nitazoxanida em pacientes que têm a doença na sua fase inicial.

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© EVARISTO SA/AFP via Getty Images

Lusa
20/10/2020 06:39 ‧ 20/10/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

O anúncio foi feito num evento que contou com a presença do Presidente do país, Jair Bolsonaro, que voltou a defender o tratamento da covid-19 com hidroxicloroquina, fármaco que não tem comprovação científica na cura da covid-19, e pediu para que a nitazoxanida não seja alvo de desconfianças em relação às possibilidades que pode oferecer.

Os resultados foram apresentados pela médica Patricia Rocco, coordenadora do estudo e especialista em doenças pulmonares com mais de 30 anos de experiência, que afirmou na cerimónia que o tratamento demonstrou que a nitazoxanida foi "eficaz" na redução da carga viral dos pacientes que já haviam contraído o novo coronavírus.

A especialista explicou que, entre junho e agosto, 1.575 voluntários diagnosticados com o novo coronavírus numa fase inicial foram tratados com esse fármaco e que em 95% dos casos houve redução da carga viral "sem danos às células pulmonares", nem outros problemas colaterais.

Patricia Rocco informou que os pacientes receberam 500 miligramas de nitazoxanida três vezes ao dia durante cinco dias, mas recusou-se a fornecer mais detalhes sobre o tratamento porque os resultados do estudo foram encaminhados a uma "importante revista científica" internacional para revisão.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, declarou no evento que "a ciência é a única arma que existe para combater o vírus" e ressaltou o esforço dos investigadores do estudo.

"Temos um medicamento comprovado que é capaz de reduzir a carga viral do coronavírus, com o qual se reduz o contágio e diminui a possibilidade de a doença progredir com mais força no paciente", declarou Pontes.

"É um medicamento de baixo custo, funciona na redução da carga viral, mas não é preventivo, por isso não pode ser usado antes" de uma pessoa contrair a covid-19, acrescentou o ministro.

Jair Bolsonaro aproveitou a divulgação do estudo clínico para reforçar que o seu Governo não vai obrigar a população a tomar vacina contra a covid-19, assim que estiver disponível.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,2 milhões de casos e 154.176 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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