Seis agentes dos serviços de inteligência militar russa foram indiciados nos Estados Unidos por ataques cibernéticos globais, que visaram as eleições em França, em 2017, ou os Jogos Olímpicos, em 2018, disse o Departamento de Justiça na segunda-feira.
A investigação não acusa os réus em conexão com a interferência nas eleições nos EUA, embora os oficiais façam parte da mesma unidade de inteligência militar que as autoridades norte-americanas dizem ter interferido no processo eleitoral de 2016.
O Kremlin reagiu hoje, dizendo que as acusações são parte de uma "russofobia frenética que naturalmente nada tem a ver com a realidade".
O porta-voz do Governo russo, Dmitri Peskov, lamentou a "tendência para acusar a Rússia e os serviços de inteligência russos por todos os pecados", acrescentando que "a Federação Russa e os serviços especiais nunca realizaram ataques cibernéticos".
Os agentes russos são acusados de "realizar a série mais destrutiva e perturbadora de ataques a computadores já atribuídos a um único grupo", segundo John Demers, procurador-geral adjunto dos EUA.
O documento dos procuradores, com 50 páginas, centra-se em ataques que a investigação diz ter como objetivo promover os interesses geopolíticos da Rússia, seja em ataques às infraestruturas elétricas da Ucrânia ou processos eleitorais em vários países, incluindo as eleições presidenciais francesas, de 2017.
Na lista de acusações está ainda o ataque aos Jogos Olímpicos de inverno, na Coreia do Sul, em 2018, onde atletas russos foram proibidos de concorrer, por causa de denúncias de 'doping' patrocinado pelo Kremlin.