"Temos de admitir que a questão de Karabakh, neste momento e por muito tempo, não pode ter uma solução diplomática", disse Nikol Pachinian, num vídeo divulgado na rede social Facebook.
Assim, o chefe de Governo da Arménia apelou a todos os "líderes de cidades, distritos, aldeias, partidos políticos, organizações civis, círculos empresariais, para organizar unidades voluntárias" para lutar ao lado dos separatistas de Nagorno-Karabakh contra o Azerbaijão.
Pachinian reconheceu que a situação na frente de combate é séria, no momento em que as forças do Azerbaijão continuam a avançar no terreno.
"Há vitória ou derrota, nada mais. Para vencer, devemos todos formar unidades voluntárias", disse ele, acreditando que o Azerbaijão está a gastar os seus "últimos recursos" em batalha.
O apelo do líder arménio surge no momento em que Moscovo procura encontrar soluções para implementar um cessar-fogo, depois de duas tentativas falhadas de suspender os confrontos armados.
Com os EUA e a França, a Rússia faz parte do trio de coordenação do Grupo de Minsk, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), envolvido na resolução do conflito de Nagorno-Karabakh.
O conflito no enclave remonta aos tempos da União Soviética, quando no final da década de 1980 o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, povoado principalmente por arménios, solicitou a sua incorporação na vizinha Arménia, deflagrando uma guerra que causou cerca de 25.000 mortes.
No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controle de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam "faixa de segurança".
O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.
De acordo com relatos de organizações internacionais, a recente escalada do conflito em Nagorno-Karabakh já causou mais de 800 mortes, incluindo uma centena de civis.