Jair Bolsonaro sem máscara junto a ministro da Saúde infetado

Jair Bolsonaro e Eduardo Pazuello, ministro da Saúde brasileiro, gravaram juntos um vídeo, que se destinou a apaziguar as tensões dos últimos dias e a exultar os aparentes benefícios da hidroxicloroquina.

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© Reprodução Facebook/Jair Bolsonaro

Anabela Sousa Dantas
22/10/2020 23:42 ‧ 22/10/2020 por Anabela Sousa Dantas

Mundo

Jair Bolsonaro

O presidente do Brasil publicou esta quinta-feira um vídeo na sua página oficial de Facebook onde está ladeado pelo ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que está infetado pelo novo coroanvírus, segundo confirmou quarta-feira à Lusa a assessoria de comunicação da tutela. Ambos os governantes estão sem máscara e sem observar qualquer regra de distanciamento social.

O chefe de Estado brasileiro, recorde-se, testou positivo para o novo coronavírus no dia 7 de julho e, depois de quase três semanas em isolamento social, informou que estava recuperado.

No vídeo, a que pode assistir abaixo, Eduardo Pazuello revelou que tomou hidroxicloroquina como parte do "kit completo" de tratamento. O uso do fármaco, sublinhe-se, que foi desenvolvido para tratar a malária, não é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por ainda não existir documentação suficiente sobre a sua segurança.

O ministro revela, ainda, que tomou nitazoxanida (conhecido no Brasil como annitta), um antiparasitário usualmente utilizado para tratar gastroenterites, e azitromicina, que trata infeções bacterianas. Também nenhum destes medicamentos é aprovado no tratamento da Covid-19, mas o general indica que a sua experiência "é positiva".

Jair Bolsonaro exulta: "Mais um caso aqui, que tomou hidroxicloroquinaazitromicina e annitta e deu certo". "Alguns dizem que a hidroxicloroquina não tem uma comprovação científica. Não tem para a Covid, mas tem para outras coisas e não tem efeito colateral", acrescentou.

Os governantes falaram ainda sobre o desentendimento recente em relação aquisição de doses da vacina em desenvolvimento pelo laboratório chinês Sinovac, garantindo que "não houve problema nenhum".

Recorde-se que o Ministério da Saúde brasileiro esteve sem responsável máximo vários meses. Em abrilLuiz Henrique Mandetta foi demitido por defender as medidas de isolamento social, ao contrário da vontade do presidente Jair Bolsonaro, que não via alarme no vírus SARS-CoV-2. O médico oncologista Nelson Teich foi nomeado para o substituir mas pediu exoneração do cargo no dia 15 de maio (com menos de um mês em funções), por discordar de Bolsonaro na questão da administração da hidroxicloroquina.

O cargo ministerial ficou depois à responsabilidade do general Eduardo Pazuello, militar com vasta experiência em logística.

O Brasil contabiliza mais de 5,3 milhões de casos confirmados e 155.900 mortes. É o segundo país do mundo com mais mortes, sendo apenas superado pelos Estados Unidos (mais de 221 mil mortes), e o terceiro país do mundo com mais casos de infeção, sendo superado pelos Estados Unidos (mais de 8,3 milhões de casos) e pela Índia (mais de 7,5 milhões de casos).

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