O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, começou a sessão de apresentação dos dados epidemiológicos sublinhando que o número de doentes graves e críticos tem estado a aumentar de forma considerável.
Segundo Franco Mfinda, 86,9% dos casos estão registados em Luanda, onde as medidas devem ser reforçadas, cujo resultado dependerá em muito da consciência de cada um.
"Estamos com a circulação comunitária na província de Luanda, com o aumento de casos podemos chegar até ao colapso do sistema de saúde", disse o secretário de Estado para a Saúde Pública.
Franco Mufinda lembrou que a covid-19 "não escolhe idade, estrato social, menos ainda partido político ou até religião", que ninguém uma vez infetado poderá saber que tipo de doente será: "doente com sintomas leves ou um doente crítico?".
O governante angolano frisou que se está perante um aumento galopante de doentes graves e críticos.
"Pensamos que não haverá espaço que chegue para poder internar todos e poderemos até chegar à situação a que muitos países já chegaram, a saturação", referiu.
Nas últimas 24 horas, do total de casos positivos, 160 foram registados em Luanda, 26 em Malanje, três no Cuando Cubango e igual número no Uíje, sendo 125 do sexo masculino e 72 do sexo feminino, com idades entre 1 e 100 anos.
Relativamente aos óbitos, as duas mortes, um homem e uma mulher, de 66 e 68 anos, foram registadas na província de Luanda, capital de Angola, tendo sido recuperados 77 doentes.
Com os dados de hoje, o país contabiliza desde março, quando se iniciou o impacto da pandemia no país, 9.026 casos positivos, 267 óbitos, 3.461 recuperados e 5.298 ativos, dos quais nove estão em estado crítico, 21 graves, 122 moderados, 397 leves e 4.749 assintomáticos.
Os centros de tratamento estão a seguir nesta altura 549 doentes e os laboratórios processaram nas últimas 24 horas 1.418 amostras, das quais 197 foram positivas, apontando o cumulativo para 142.085 amostras processadas até à data, das quais 9.026 positivas.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 42,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.