Biden acusa Trump de se ter rendido face à pandemia

O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou hoje o candidato republicano e atual presidente do país, Donald Trump, de se ter rendido face à pandemia da covid-19.

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Lusa
25/10/2020 21:24 ‧ 25/10/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"Não foi um erro de Meadows", refere Joe Biden num comunicado citado pela Agência France Presse, em reação a declarações do chefe de gabinete de Trump. "Foi uma declaração honesta da estratégia do presidente Trump desde o início da crise: agitar a bandeira branca da derrota e esperar que, se o ignorarmos, o vírus desapareça. Não foi o caso e não será", acrescentou.

A Casa Branca admitiu hoje que os Estados Unidos não poderão controlar a pandemia por ser tão contagiosa, numa mudança à postura de minimização da gravidade da crise, numa altura em que há novos recordes de contágios.

"Não vamos controlar a pandemia, vamos controlar o facto de conseguirmos vacinas, terapias e outras formas de mitigá-la", afirmou Mark Meadows, chefe de gabinete do Presidente norte-americano, Donald Trump, durante uma entrevista à cadeia televisiva CNN.

Para Joe Biden, "infelizmente, não é uma surpresa que o vírus continue a espalhar-se sem controlo pelo país, e até mesmo na própria Casa Branca", onde no sábado o chefe de gabinete do vice-presidente e pelo menos duas pessoas da sua equipa testaram positivo no sábado para o novo coronavírus.

As declarações de Mark Meadows foram feitas um dia depois de Donald Trump ter insistido que os Estados Unidos estão a "virar a página" da pandemia e que os dados sobre a incidência no país são incríveis, considerando que a subida do número de casos não é algo para causar alarme.

Na sexta-feira, os Estados Unidos registaram um recorde diário de novos contágios de covid-19, com mais de 85.000 em apenas 24 horas, e no sábado quase tocou essa marca, com 83.178, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Quase 8,6 milhões de norte-americanos foram infetados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, e espera-se que hoje seja ultrapassada a barreira de 225.000 de mortos devido a esta infeção, mais do que em qualquer outro país.

A nova subida de casos nos Estados Unidos afeta sobretudo a zona oeste e os estados que atravessam as Montanhas Rochosas, incluindo alguns territórios que serão chave nas eleições presidenciais de 03 de novembro, como Winscosin e Ohio.

Trump atribuiu no sábado esta subida ao número de testes que são feitos no país e considerou "estúpido" que sejam feitos tantos exames à covid-19, porque isso "dá algo que falar aos meios de comunicação" antes das eleições.

Os especialistas discordam do argumento de Trump de que os casos subam simplesmente porque se fazem mais testes: essa lógica não tem em conta o facto de a percentagem de testes que são positivos ter subido mais de um ponto percentual desde início de outubro, para 5,8% atualmente.

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