Apenas parte da população da União Europeia estará imunizada contra a Covid-19 até ao final de 2021. A informação, divulgada pela agência Reuters, terá sido revelada numa reunião interna da União Europeia, onde foi avaliada a possibilidade de a vacina não ser tão eficaz quanto se espera e de esta não ser produzida em quantidade suficiente até então.
"Não haverá doses suficientes de vacinas contra a Covid-19 para a toda a população antes do final de 2021", revelou um membro da Comissão Europeia numa reunião à porta fechada que decorreu na segunda-feira.
À agência Reuters, outro membro da Comissão Europeia, que preferiu manter o anonimato, confirmou a mesma informação.
Com uma população de 450 milhões, a União Europeia reservou já mais de 1 bilião de doses de potenciais vacinas contra a Covid-19 de três farmacêuticas (AstraZeneca, Sanofi e Johnson & Johnson). Para além disso, está ainda a ser negociada a compra antecipada de mais um bilião de doses de outras empresas, entre elas a Moderna, a Pfizer e a CureVac.
De acordo com a agência noticiosa, a União Europeia já tinha avançado que as vacinas serão limitadas "durante a fase inicial de implementação", mas não esclareceu quanto tempo demoraria essa fase.
De acordo com a evolução dos estudos que estão a ser desenvolvidos, a Comissão Europeia revelou, no início de outubro, que espera que as primeiras vacinas possam estar disponíveis no início do próximo ano.
Considerando a - expectável - oferta limitada da vacina, a União Europeia tem exortado os governos europeus a desenvolverem planos de vacinação que deem prioridade a grupos vulneráveis, nomeadamente profissionais de saúde, idosos ou doentes crónicos.
Em julho, um documento ratificado entre a Comissão Europeia e os governos da UE referia que pelo menos 40% da população da UE deveria ser vacinada na primeira fase.