"Os dois trabalhadores humanitários foram assassinados de forma trágica ontem [terça-feira] e eram somalis, disse a responsável de comunicação da Unicef à agência de notícias espanhola, Efe, explicando que a Unicef está a organizar uma campanha de vacinação juntamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde da Somália.
"Estes valentes trabalhadores contra a poliomielite estavam na primeira linha, arriscando a sua vida para oferecer serviços de saúde críticos para as crianças vulneráveis", disse a Unicef em comunicado, no qual recorda que os ataques a trabalhadores com missões deste género são uma violação do direito internacional.
Apesar de em agosto a OMS ter declarado que a grande maioria dos países de África estavam livres do vírus que causa a poliomielite, a Somália continua a ser um dos países de risco.
A poliomielite é uma doença contagiosa, causada por um vírus que não tem cura e que causa sintomas como febre, fadiga, vómitos, dor de cabeça e pode chegar a causar, nalguns casos, paralisação dos membros.
Nos anos 1950 foi descoberta uma vacina que permitiu acabar com a pandemia mundial, nomeadamente na Europa e nos Estados Unidos da América.
A Unicef não deu mais informações sobre a natureza do ataque, mas a agência Efe lembra que Mogadíscio sofre regularmente de ataques do grupo terrorista fundamentalista Al-Shabab, que pretende instaurar um Estado islâmico ultraconservador.
A Somália vive um estado de conflito e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohame Siad Barré, o que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos das milícias islâmicas.