Os Estados Unidos estão novamente a braços com confrontos nas ruas após a morte de mais um negro às mãos da polícia norte-americana. A cidade de Filadélfia viveu, na noite de terça-feira e madrugada de hoje, manifestações marcadas por detenções e saques.
Perante isto, o candidato presidencial democrata, Joe Biden, pediu calma, reconhecendo que os manifestantes têm direito a demonstrações pacíficas, mas não à destruição.
"Não há desculpa para o saque ou a violência", disse ex-vice-presidente aos jornalistas, em Delaware, onde votou antecipadamente.
Os protestos começaram num bairro perto de Filadélfia, onde vivia Walter Wallace Júnior, um homem negro de 27 anos que foi morto a tiro na rua por dois polícias na tarde de segunda-feira.
O caso começou quando a família de Walter Wallace Júnior pediu ajuda para lidar com uma crise de saúde mental do homem. Segundo o advogado da família, Shaka Johnson, o telefonema feito pela família visou chamar uma ambulância, já que Walter sofria de transtorno bipolar, e não pedir intervenção policial.
De acordo com a polícia, dois agentes deslocaram-se ao local em resposta a um telefonema que alertou para uma disputa familiar e para a existência de um homem com uma faca, a qual Walter Wallace Jr. se terá recusado largar, apesar das ordens dos polícias.
Por seu lado, os pais da vítima garantiram que os polícias sabiam que o seu filho estava a ter uma crise de saúde mental, porque já tinham ido à casa da família três vezes na segunda-feira. "Wallace avançou em direção aos polícias, que dispararam várias vezes", disse a porta-voz da polícia, Tanya Little, acrescentando que Wallace foi atingido no ombro e no peito e que um polícia o levou a um hospital, onde foi declarado morto pouco depois.
O vídeo não deixa claro se Wallace tinha, de facto, uma faca na mão, mas algumas testemunhas confirmaram a situação.
Filadélfia com recolher obrigatório
As autoridades da cidade norte-americana de Filadélfia anunciaram hoje a instauração de um recolher obrigatório, entre as 21h00 e as 06h00, após duas noites de tumultos.
O Presidente norte-americano responsabilizou a presidente democrata da autarquia pela situação. "O que vejo é terrível. E francamente, o autarca ou quem quer que tenha autorizado as pessoas a manifestarem-se e pilharem sem as parar, também é terrível", declarou Donald Trump