Ministro pede envolvimento da população do Fogo para travar pandemia

O ministro da Saúde cabo-verdiano pediu hoje às autoridades da ilha do Fogo que envolvam a população, pela "responsabilização coletiva e individual", no combate à pandemia de covid-19, cuja transmissão local continua a crescer.

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Lusa
03/11/2020 22:29 ‧ 03/11/2020 por Lusa

Mundo

Cabo Verde

Arlindo do Rosário falava aos jornalistas após uma reunião, em São Filipe, com várias autoridades daquela ilha, num dia em que localmente foram registados mais 26 casos positivos de covid-19, entre 92 amostras analisadas.

Com 158 casos ativos da doença, entre os três concelhos da ilha - São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina -, o Fogo é já o segundo principal foco da covid-19 em Cabo Verde, apenas atrás da cidade da Praia (356 casos ativos), pouco mais de dois meses depois de o primeiro doente ter sido diagnosticado localmente com o novo coronavírus.

"Uma mensagem de integração e do envolvimento da população, a responsabilização coletiva e individual", apelou o ministro da Saúde, acrescentando que as medidas administrativas e legislativas que podem ser tomadas pelo Governo não serão suficientes sem essa "assunção de responsabilidades" pela população, nomeadamente nas medidas de autoproteção.

"Não quero com isto dizer que nós estamos a colocar a responsabilidade nas pessoas, o Governo assume as suas responsabilidades", disse ainda Arlindo do Rosário.

O governante insistiu que além da integração da população na luta contra a pandemia, é também necessário melhorar a estratégia de comunicação, que não pode ser apenas "institucional", mas deve "ouvir" as pessoas e falar abertamente sobre a pandemia.

Desde 17 de agosto, quando o primeiro caso surgiu na ilha, no concelho de Mosteiros, num surto inicial que obrigou à mobilização de militares para controlar os acessos à localidade e tentar travar a progressão da doença, o Fogo já somou 438 casos diagnosticados de covid-19 e cinco óbitos, estando, tal como a ilha de Santiago (Praia), em estado de calamidade.

Apesar destes números, Arlindo do Rosário não apontou a necessidade de medidas restritivas, insistindo no apelo às autoridades da ilha para uma "integração" da população nas ações no terreno.

Durante a visita ao Fogo, o ministro anunciou ainda a saída do cargo do atual diretor nacional de Saúde, Artur Correia, que tem liderado a resposta das autoridades sanitárias à pandemia e que esta semana passará à reforma. Será substituído a partir de sexta-feira por Jorge Noel Barreto, atual diretor do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças.

Cabo Verde registou hoje mais 62 novos casos do novo coronavírus, elevando para 8.944 o total acumulado de infeções desde 19 de março, com 95 óbitos associados à doença no mesmo período.

O Presidente da República cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, pediu hoje às autoridades nacionais que transmitam uma mensagem de "confiança e serenidade" à população, para que as pessoas também assumam as suas responsabilidades.

Admitiu, em declarações aos jornalistas após reunir o Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN), que os números da pandemia em Cabo Verde são "elevados", mas ressaltou que isso resulta de o facto de o país estar a "testar cada vez mais".

Jorge Carlos Fonseca destacou ainda, nesta reunião, o apoio e envolvimento das Forças Armadas no combate à pandemia em Cabo Verde.

 

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