FBI investiga milhões de chamadas automáticas para desencorajar voto
"É tempo de ficar em casa. Fique em segurança e fique em casa". Polícia federal diz que está a investigar, sem avançar mais detalhes.
© Nathan Howard/Getty Images
Mundo Sabotagem
A polícia federal norte-americana (FBI) está a investigar chamadas automáticas anónimas que foram recebidas por milhões de eleitores nos Estados Unidos, onde estes receberam apelos para "ficar em segurança e ficar em casa". A informação foi esta terça-feira confirmada pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, segunda cita a AP.
Esta investigação ganha outros contornos numas eleições que são marcadas por alegações de tentativas de supressão de voto em várias estados, com o próprio presidente a lançar várias vezes dúvidas sobre o voto por correio - uma forma de votar com adesão recorde este ano, por causa da pandemia.
Dan Doughty, um residente do Kansas, indicou à AP que recebeu uma dessas chamadas automáticas esta terça-feira de manhã. Disse o norte-americano que se trata de uma voz feminina, processada por computador, que não fazia menção das eleições mas que deixava uma mensagem clara. "Parecia supressão de voto. É uma mensagem tão vaga que quem quer que a tenha feito pode até dizer que é por causa da Covid".
"Esta é uma chamada de teste", diz uma das versões da chamada. "É tempo de ficar em casa. Fique em segurança e fique em casa".
A YouMail, uma tecnológica que faz software para eliminar este tipo de contacto automático, indicou ao Washington Post que as chamadas começaram a ser feitas no verão e aumentaram drasticamente nas últimas semanas (só no mês de outubro registaram-se 10 milhões de chamadas). Foram feitas a residentes de quase 90% dos indicativos norte-americanos.
O FBI diz que está a par das chamadas automáticas, mas que não faz mais comentários, de momento. Deixa, porém, uma mensagem: "Lembramos que o FBI encoraja o público americano a verificar todas as informações sobre votos e eleições que possam receber junto dos representantes eleitorais locais".
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