"As deficiências óbvias do sistema eleitoral norte-americano são visíveis, o que foi repetidamente apontado por observadores internacionais, incluindo a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) e especialistas reconhecidos neste campo", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, numa conferência de imprensa.
Segundo a porta-voz, o sistema norte-americano padece "do caráter arcaico da legislação em questão e da falta de regulamentação em vários pontos fundamentais".
Zakharova disse esperar, no entanto, que "os mecanismos legais existentes permitam determinar o futuro chefe de Estado em total conformidade com a constituição norte-americana" e que isso permita "evitar distúrbios em massa no país".
Considerou ainda que "os cidadãos norte-americanos merecem que os seus votos sejam contados corretamente".
"No que diz respeito às relações russo-norte-americanas, Moscovo está pronto para uma cooperação construtiva com o presidente norte-americano, seja qual for o escolhido de acordo com o resultado das eleições", adiantou.
As relações entre Moscovo e Washington atravessam a sua pior crise desde a Guerra Fria, entre sanções económicas, desacordos persistentes sobre assuntos internacionais como a Ucrânia ou a Síria e acusações de ingerência eleitoral e espionagem.
A contagem dos votos da eleição de terça-feira continua em alguns estados norte-americanos.
Segundo as últimas projeções, o candidato democrata, Joe Biden, tem já garantidos 264 votos no Colégio Eleitoral, contra 214 do presidente cessante, o republicano Donald Trump. O vencedor necessita de 270 votos no Colégio Eleitoral.