EUA. Eleitores denunciam "mentiras" de sistema que consideram desadequado
Joe Biden leva, para já, uma vantagem de quase quatro milhões de votos mais do que Donald Trump, mas ainda assim, a vitória não é garantida.
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Eleitores jovens e mais velhos de Nova Iorque mostraram hoje à Lusa insatisfação pelo processo eleitoral e pelas "mentiras" que os principais candidatos, Joe Biden e Donald Trump, vendem à população.
Donald Johnson, de 57 anos, destacou à Lusa que qualquer um dos candidatos é "essencialmente, mentiroso" e que isso é só "um reflexo da sociedade".
"Quando as pessoas querem o impossível, só os mentirosos conseguem satisfazer", declarou Donald Johnson, que descreveu as eleições como "só uma escolha entre o menor de dois males".
"O Presidente é o reflexo da vontade de algumas pessoas e os apoiantes são basicamente o reflexo do Presidente", continuou o habitante de Nova Iorque, que trabalha como empregado de mesa num restaurante.
O nova-iorquino demonstrou-se insatisfeito com a forma como os votos são contados nos Estados Unidos da América, onde nem sempre o candidato mais votado é eleito para Presidente e onde os locais também fazem diferença no peso que é dado aos votos.
Por exemplo, mesmo que 40 milhões ou 10 milhões de californianos votem, 55 votos do Colégio Eleitoral vão para o candidato mais votado.
Os habitantes do Delaware, por outro lado, decidem apenas três votos no Colégio Eleitoral.
Joe Biden leva, para já, uma vantagem de quase quatro milhões de votos mais do que Donald Trump, mas ainda assim, a vitória não é garantida, até que os últimos Estados possam informar em que candidato vão depositar os seus votos do Colégio Eleitoral.
Alasca, que dá três votos, Nevada com seis votos, Carolina do Norte com 15 votos, Geórgia com 16 votos e Pensilvânia com um total de 20 votos, ainda não estão com os votos totalmente contados e, na maior parte dos casos, os resultados provisórios são muito próximos entre ambos os candidatos.
Assim, Donald Johnson concluiu: "Quando os americanos saem para votar, o que ganham por votar? Nada, só lhes são vendidas ilusões de paz de espírito".
Saloma Gal, de 19 anos, votou pela primeira vez, numas eleições onde sente que a juventude não está a ser devidamente escutada, dizendo que a "força e inteligência dos americanos mais novos estão a ser subestimadas".
"São eleições históricas, há muito tempo que se diz. Mas quem está agora na presidência, Donald Trump e todos os outros, não estão preparados para ouvir a maioria ou para entregar o futuro aos jovens. O futuro pertence-nos, mas os conservadores não querem fazer espaço para um lugar melhor".
As eleições foram históricas. Se não pelo facto de se realizarem durante a pandemia de covid-19, numa altura em que as infeções nos Estados Unidos estão a subir e os níveis de desemprego a disparar, é porque os Estados estiveram a mudar legislações até ao último momento para que os eleitores pudessem ter mais meios disponíveis para votar, como o voto por correio.
O número de votos antecipados, antes de 03 de novembro, chegou a quase 100 milhões, um recorde de participações antes do dia das eleições.
Joe Biden também conseguiu um recorde, com o maior número de votos ganhos por um candidato: mais de 72,9 milhões, segundo o canal ABC, ultrapassando o ex-Presidente Barack Obama, que em 2008 tinha recebido 69,5 milhões de votos. O número vai continuar a subir durante dias até se contarem os últimos votos.
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