"Acordámos recentemente com o Parlamento que não é necessário 'modificar' a Constituição para entregar entre 70 e 80% do poder do Presidente ao Parlamento, ao Governo, a outras instituições", declarou o chefe de Estado, citado pela agência de notícias Belta.
O Presidente destacou que "o povo, a sociedade, querem mudanças" e muitos questionam o modelo presidencial do país, então uma possível solução seria uma mudança considerável na Constituição, algo que não considera adequado.
"Não é preciso modificar a Constituição", sublinhou.
Segundo Lukashenko, o processo de transferência do poder seria gradual.
"Quanto mais o tempo passa, mais ocorrerá (a transferência). Eu prometo à Assembleia do Povo Bielorrusso distribuir o poder de maneira honesta e justa, sem fugir às responsabilidades", acrescentou.
A Bielorrússia enfrenta uma crise política desde as eleições presidenciais de agosto passado, nas quais Lukashenko, que está no poder há 26 anos, foi declarado vencedor com 81% dos votos, algo que a oposição e o Ocidente rejeitaram, classificando as eleições como fraudulentas.
À luz dos contínuos protestos, Lukashenko inicialmente propôs reformar a Constituição, embora tenha alertado que dificilmente reduziria os poderes do Presidente.
Por sua vez, a oposição manifestou desconfiança em relação a estas declarações, por considerar que se trata apenas de uma estratégia das autoridades para prolongar o seu poder.
Os oposicionistas mantêm inalteradas as suas exigências de novas eleições presidenciais, punição para oficiais de alta patente envolvidos na repressão de manifestações pacíficas e a libertação de todos os presos políticos.