As autoridades italianas levaram a cabo uma megaoperação para desmantelar uma rede da máfia que operava na cidade de Foggia, na região da Puglia, no sul do país, numa das investidas mais musculadas da polícia italiana para travar este tipo de crime. O grupo tinha uma esquema de extorsão mascarado do sistema de proteção, que obrigava as casas funerárias a pagar 50 euros por caixão.
Os raides ocorreram esta madrugada de segunda-feira, envolvendo centenas de agentes, e levaram à detenção de 40 suspeitos de pertencerem à organização criminosa que é conhecida como "inimigo público número 1".
Entre os suspeitos detidos estão os líderes Federico Trisciuoglio e Pasquale Moretti, que estão acusados de pertencer a organização criminosa, extorsão contra lojistas e pequenos empresários, incluindo de casas funerárias.
De acordo com o procurador de Foggia, Ludovico Vaccaro, o clã de Foggia obrigava ao pagamento de 50 euros por cadáver. "A máfia até conseguiu subornar um funcionário camarário local, que lhe enviava todos os dias uma lista das pessoas que tinham morrido na cidade", indicou Vaccaro, ao Guardian.
As principais organizações da máfia italiana são a Cosa Nostra, na Sicília, a 'Ndrangheta, na Calabria, a Camorra, em Nápoles, e a Sacra Corona Unita, em Puglia. Porém, havia uma preocupação crescente para com o aumento da força da organização criminosa de Foggia, que muitos apelidavam já de "a quinta máfia".