De acordo com os dados divulgados esta terça-feira, a Rússia registou 22.410 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, elevando o total acumulado para 1.971.013
Já em termos de vítimas mortais, o número continua a subir, tendo sido registadas 442 mortes nas últimas 24 horas, um novo recorde (ontem foram reportados 303 óbitos).
Desde o início da pandemia, morreram 33.931 pessoas vítimas da Covid-19 no país.
A Rússia é o quinto país do mundo com mais casos confirmados, depois dos Estados Unidos, Índia, Brasil e França.
Do total de casos detetados no último dia no país, 5.556 (24,8%) são assintomáticos, segundo as autoridades de saúde.
De acordo com o gabinete de crise para a gestão da pandemia na Rússia, durante o último dia 22.055 pacientes receberam alta, mais do que em qualquer outro dia desde o início da pandemia.
A letalidade da doença na Rússia é muito mais baixa do que em outras partes do mundo, já que as autoridades russas apenas listam os casos em que a autópsia identifica o novo coronavírus como causa principal da morte.
Os dados demográficos para o período de março a setembro de 2020 mostram um excesso de mortalidade de 117.107 óbitos em relação ao mesmo período de 2019 no país.
Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Mikhail Murashko, disse que 84% das camas hospitalares dedicados ao novo coronavírus estavam ocupados.
Se a capital russa continua a ser o epicentro do novo coronavírus no país, a situação é cada vez mais preocupante nas províncias, que hoje concentram três quartos dos novos pacientes, mas têm o sistema de saúde muitas vezes dilapidado e hospitais mal equipados.
Na região de Ivanovo, a nordeste de Moscovo, o ministro Regional da Saúde, Artour Fokine, admitiu que as morgues estavam sobrecarregadas.
Segundo o jornal independente Novaïa Gazeta, as farmácias de várias regiões também carecem de medicamentos prescritos para combater os sintomas da Covid-19 ou da gripe.
Os vídeos que circulam nas redes sociais também estão a crescer, mostrando hospitais onde os pacientes devem ser atendidos nos corredores.
A Rússia, Moscovo em particular, impôs medidas restritivas muito rígidas para conter a epidemia na primavera. Neste outono, as autoridades deixaram às regiões a escolha das medidas e apenas a Buriácia (Sibéria) ordenou o confinamento de 16 a 30 de novembro.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, culpou as comunidades regionais por terem demorado a reagir.
"Na maioria das áreas onde a situação é tensa, o motivo está na decisão tardia de impor medidas. Põe em risco a vida das pessoas, coloca o sistema de saúde sob pressão", disse Mishustin.
Por enquanto, Moscovo descarta a imposição de um confinamento para os seus habitantes como o que foi decretado na primavera, mas anunciou uma série de restrições que vigorarão pelo menos até 15 de janeiro.
[Notícia atualizada às 11h02]