O ministro dinamarquês da Agricultura e Alimentação, Mogens Jensen, vai renunciar ao cargo, na sequência da polémica sobre o abate de milhares de visons no país, avança a Reuters.
O governante anunciou a sua decisão no Facebook, referindo-se à "falta de confiança" por parte partidos do parlamento dinamarquês, na sequência de uma ordem do governo para mandar abater visons no país. A decisão já terá sido anunciada ao primeiro-ministro do país.
A renúncia acontece numa altura em que o governo enfrenta a maior crise desde o início da pandemia, depois de ter ordenado ilegalmente o abate de todos os visons criados naquele país, que serão entre 15 milhões a 17 milhões, após ter sido verificada uma mutação do novo coronavírus que infetou 12 pessoas.
A decisão sobre o abate de milhões de visons na Dinamarca não foi consensual e motivou duras críticas. E na semana passada, Mogens Jensen teve de admitir que a ordem do Governo de matar todos os visons na Dinamarca não tinha base legal, provocando uma avalancha de críticas de vários quadrantes políticos e sociais, que culminaram hoje na sua renúncia ao cargo de ministro da Agricultura.
"Informei hoje o primeiro-ministro que quero renunciar ao Governo", disse Jensen, 57 anos, depois de os partidos de esquerda que apoiam o Governo social-democrata terem anunciado que deixavam de confiar no ministro da Agricultura.
"É perfeitamente claro que houve erros cometidos dentro do meu Ministério. Assumo a responsabilidade por eles", tinha reconhecido Jensen, na semana passada, quando foi divulgada uma auditoria sobre o abate dos animais.
A Dinamarca é o maior fornecedor mundial de pele de vison, respondendo por 40% da produção global, tendo a China e o território de Hong Kong como os principais mercados de exportação.
Na Dinamarca existem 1.139 quintas de criadores de visons, empregando cerca de 6.000 pessoas, que agora admitem que o abate massivo destes animais acabará com este negócio.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.339.130 mortos resultantes de mais de 55,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.553 pessoas dos 230.124 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.