Número de mortos em confrontos no Uganda sobe para 16

A polícia ugandesa anunciou hoje a subida para 16 do número de mortos durante violentos confrontos entre as forças de segurança e manifestantes na capital, Kampala, desencadeados pela detenção do opositor Bobi Wine, candidato às eleições presidenciais de 2021.

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© Reuters

Lusa
19/11/2020 16:43 ‧ 19/11/2020 por Lusa

Mundo

Uganda

O porta-voz da polícia metropolitana de Kampala, Patrick Onyango, afirmou que o número deverá subir, havendo registo de pelo menos 65 feridos durante os protestos que eclodiram em várias partes deste país da África Oriental.

De acordo com o porta-voz, 350 pessoas foram detidas na capital, com a polícia e o Exército a serem destacados depois de os manifestantes terem bloqueado estradas e queimado pneus.

Robert Kyagulanyi, o nome verdadeiro de Bobi Wine, um deputado da oposição e estrela musical, de 38 anos, foi novamente preso na quarta-feira por alegadamente violar as medidas de contenção da covid-19 durante os seus comícios.

Os confrontos registaram-se na quarta-feira em Kampala, onde as forças de segurança estiveram durante várias horas em luta com jovens manifestantes, zangados após saberem de uma nova detenção do seu ídolo, que será o principal adversário do atual Presidente, Yoweri Museveni, nas eleições de 14 de janeiro.

Confrontos semelhantes irromperam em outros centros urbanos do país, como Jinja, Masaka, Mukono e Mityana.

A situação permaneceu hoje tensa em Kampala, onde foi visível uma forte presença policial e militar. Pedras de grande dimensão, restos de pneus queimados e lixo no chão eram visíveis em muitas ruas do centro da capital do Uganda.

No leste do país, um grupo de apoiantes do Bobi Wine permanecem acampados fora da prisão de Nalufenya, onde o adversário Yoweri Museveni se encontra detido.

O líder deste grupo, Muhammad Ssegirinya, foi detido hoje de manhã, após ter colocado uma gravação áudio dizendo que Bobi Wine tinha desmaiado na prisão e que deveria ser transferido para fora do país para tratamento.

Patrick Oboi Amuriat, outro candidato presidencial, também foi preso na quarta-feira em Gulu, no norte do Uganda, mas libertado na mesma noite sem acusação.

O alto representante da União Europeia (UE), Josep Borrell, utilizou a plataforma social Twitter para lamentar as mortes, sublinhando que o Governo "deve garantir a segurança de todos os candidatos eleitorais e dos seus apoiantes, qualquer que seja a sua afiliação política".

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