O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, citado hoje pela Rede de Notícias da Alemanha (RND), disse que há "motivos para otimismo" e que ainda este ano poderá ser dado o sinal verde para a vacina no bloco europeu.
"E então podemos começar a vacinação imediatamente", declarou o ministro.
De acordo com a estratégia de vacinação desenhada de comum acordo entre o Governo central e os 16 estados federados, Berlim será responsável pela aquisição - por meio do mecanismo europeu e acordos bilaterais - e pela distribuição das vacinas (tarefa para a qual solicitou a colaboração do exército e do setor privado).
Os estados federados, por sua vez, ficarão encarregados de vacinar a população. Especificamente, concordaram em abrir 60 centros de vacinação próprios contra o novo coronavírus, que devem estar operacionais em meados de dezembro.
De acordo com o relatório elaborado pelo Instituto Robert Koch (RKI), importante centro epidemiológico, a Academia de Ciências Leopoldina e o Comité de Ética, os primeiros a serem vacinados devem ser os grupos de risco.
Isso inclui pessoas com mais de 60 anos e portadores de doenças prévias como diabetes, obesidade ou hipertensão, fatores mais frequentemente associados a convalescença mais grave e maior mortalidade.
Segue-se o pessoal do setor de saúde e dependentes, trabalhadores essenciais do setor público, como polícias e equipas de emergência, bem como professores e educadores.
Spahn apontou há algumas semanas que só esses grupos representam entre 30 e 40% da população alemã, uma das sociedades com mais pessoas idosas.
Porém, a meta do Governo alemão é atingir uma taxa de vacinação de entre 60 e 70% da população, com o objetivo de alcançar o que os especialistas chamam de imunidade de grupo, a partir da qual o vírus tem grande dificuldade de propagação porque a maioria dos indivíduos está imunizada.
Para acompanhar a evolução da campanha, o Governo alemão vai lançar uma plataforma na Internet para mostrar quem foi vacinado, incluindo detalhes como o grupo de risco a que pertencem, acrescentou Spahn.
Somente quando uma percentagem relevante de grupos de risco for vacinada é que as restrições à vida social e à atividade económica podem ser levantadas, explicou o Ministro da Saúde.
Estando "otimista", adiantou Spahn, o grosso da campanha poderia ser concluído até ao final de 2021, apesar de o presidente da Comissão Permanente de Vacinação da RKI, Thomas Mertens, ter estimado recentemente que a campanha de vacinação não terminará antes de 2022.
Spahn também indicou que a Alemanha, através da UE ou pelos seus próprios meios, pode chegar a ter cerca de 300 milhões de doses de diferentes vacinas, mais do que suficiente para os 83,2 milhões de habitantes do país, mas Berlim observou que distribuiria o que não precisasse para outros países.
A vacinação, como a chanceler alemã, Angela Merkel, sublinhou em várias ocasiões, será sempre voluntária.
"Ninguém será forçado a ser vacinado. Será uma decisão livre", disse a chanceler.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.381.915 mortos resultantes de mais de 58,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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