Israel ataca regularmente território libanês, apesar do cessar-fogo com o Hezbollah, em vigor desde 27 de novembro.
De acordo com a Defesa Civil libanesa, "um drone israelita teve como alvo um carro" perto da cidade costeira de Damour, a cerca de vinte quilómetros a sul de Beirute, e as equipas de resgate retiraram um homem morto do veículo.
A Jamaa Islamiya anunciou, em comunicado, a morte de Hussein Atoui, um "professor universitário", num ataque de drone israelita que "atingiu o seu carro enquanto viajava para o trabalho em Beirute na manhã de terça-feira".
Uma fonte de segurança libanesa disse à agência France-Presse (AFP) que Hussein Atoui era um líder das Forças al-Fajr, o braço armado da Jamaa Islamiya.
Este grupo libanês está intimamente ligado ao movimento islamista palestiniano Hamas e é aliado do Hezbollah.
O exército israelita confirmou que "eliminou Hussein Atoui, um terrorista sénior da Jamaa Islamiya, também afiliado na organização terrorista Hamas no Líbano".
A Jamaa Islamiya assumiu a responsabilidade pelos ataques contra Israel a partir do sul do Líbano nos primeiros meses do conflito que eclodiu em outubro de 2023 entre o Hezbollah e os seus aliados e Israel, antes de se transformar em guerra aberta em setembro de 2024.
O Exército israelita acrescentou que Atoui estava intensamente "envolvido no planeamento e execução" de ataques contra soldados israelitas, "ataques com rockets" e "tentativas de infiltração em território israelita".
Poucas horas depois, o Ministério da Saúde libanês anunciou que um ataque israelita no sul do Líbano matou uma pessoa na cidade de Hanniyeh, no distrito de Tiro, "um comandante do Hezbollah", segundo o Exército israelita.
Em comunicado, o Hamas denunciou o "ataque sionista criminoso" que matou Hussein Atoui e apresentou as suas condolências à liderança da Jamaa Islamiya.
O Hezbollah também condenou o ataque, sem confirmar se algum dos seus membros foi morto no segundo ataque.
O movimento xiita libanês afirma respeitar o cessar-fogo que entrou em vigor no final de novembro de 2024. Desde então, foram lançados ataques com rockets contra Israel por duas vezes em março, a partir do Líbano, sem que ninguém tenha reivindicado a responsabilidade.
O Exército libanês anunciou na semana passada que deteve vários libaneses e palestinianos responsáveis pelo tiroteio, incluindo três membros do Hamas, de acordo com um responsável de segurança.
Apesar do cessar-fogo, Israel realiza ataques regularmente no Líbano, afirmando ter como alvo o Hezbollah.
Estes ataques fizeram pelo menos 190 mortos no Líbano desde o final de novembro, de acordo com as autoridades libanesas. A ONU disse na semana passada que pelo menos 71 civis estavam entre as vítimas.
No domingo, Israel anunciou que matou dois líderes do partido pró-iraniano numa série de ataques aéreos.
Leia Também: Trump declara alinhamento com Netanyahu em "todas as questões"