Nas últimas 24 horas, a Rússia detetou 24.326 novos casos de infeção nas suas 85 regiões e 491 mortes por covid-19, um novo recorde desde o início da pandemia.
A vice-primeira-ministra Tatiana Gólikova explicou hoje, numa reunião com o conselho coordenador dos direitos humanos da Rússia que até hoje há 2,14 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados no país, o que corresponde a quase 1.460 por cada 100.000 habitantes.
Sublinhou também que, entre 01 de outubro e 23 de novembro a taxa de incidência diária da doença quase triplicou no país, de 6,1 para a 17,1 por cada 100.000 habitantes.
En 32 das 85 regiões, a taxa de incidência por cada 100.000 habitantes é superior à média nacional e em seis entidades federadas a ocupação de camas hospitalares já superou os 90%, disse.
A nível nacional, 78,2% das camas hospitalares estão atualmente ocupadas por pacientes com covid-19, acrescentou Gólikova, enquanto em 43 regiões a percentagem é superior superior e em seis a situação "é crítica", nomeadamente em São Petersburgo.
A Rússia é o quinto país do mundo com mais casos confirmados, a seguir aos Estados Unidos, Índia, Brasil e França.
Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, considerou que a situação "é complexa" em várias regiões do país e pediu às autoridades locais que "não escondam" a situação real.
Apesar do aumento dos casos, o Governo russo continua sem adotar restrições a nível nacional, como fez em março, embora o Ministério da Saúde tenha pedido às regiões para adotarem medidas restritivas específicas, onde a situação é mais grave.
O primeiro território a decretar novo confinamento por causa do coronavírus foi a república russa da Buriácia, onde a medida entrou em vigor no dia 16, devendo durar duas semanas, mas ainda não conseguiu diminuir os casos diários, tendo hoje registado 281 infetados em 24 horas.
A Rússia prepara-se para, a partir do próximo ano, vacinar a população maciçamente, disse Gólikova, garantindo no entanto que a vacinação será voluntária, de acordo com a legislação russa.
Até agora estão em circulação 117.000 doses da primeira vacina russa, a Sputnik V, e mais de dois milhões de doses serão produzidas até ao final do ano, disse.
Atualmente há duas vacinas registadas na Rússia, a Sputnik V e a EpiVacCorona, que, no entanto, ainda não terminaram a fase três dos ensaios clínicos, e uma terceira do Centro Científico Chumakov do Ministério da Educação e Ciência está em desenvolvimento.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.388.590 mortos resultantes de mais de 58,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.971 pessoas dos 264.802 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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