O PSD (centro-esquerda), afastado do poder no final de 2019 num cenário de forte contestação nas ruas e críticas de Bruxelas sobre "atentado ao Estado de direito", recolheu 30% dos votos, de acordo com os resultados fornecidos por mais de metade das assembleias de voto.
O Partido Nacional Liberal (PNL, direita) do primeiro-ministro pró-europeu Ludovic Orban, e favorito nas sondagens pré-eleitorais, apenas obteve 25,5% dos sufrágios.
Esta formação considera ter condições para se manter no poder, aliando-se aos reformistas da aliança USR-Plus, creditada com cerca de 15% dos votos.
Antes do escrutínio, este cenário já tinha sido admitido pelo chefe de Estado Klaus Iohannis, proveniente das fileiras do PNL, que por diversas vezes já assegurou que não permitirá o regresso ao poder do PSD durante o seu segundo mandato, que termina em 2024.
Apenas dois outros partidos ultrapassaram a barreira obrigatória de 5% para garantir representação no parlamento: Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR, 9%), formação nacionalista e próxima da Igreja ortodoxa, e a União Democrática dos Húngaros na Roménia (UDMR, 6%).
Esta última formação, que no passado já apoiou governos de centro-direita, declarou-se disposto a uma aliança com o PNL após o voto de domingo.
Mais de 18 milhões de eleitores tinham direito de voto, mas devido ao efeito conjugado de um ressurgimento da covid-19 e à lassitude dos inscritos, apenas um romeno em cada três votou nestas legislativas, uma abstenção recorde para eleições gerais, indicou a autoridade eleitoral.
Corrupção, clientelismo, arrogância são as principais recriminações dos eleitores face aos partidos políticos.
No estrangeiro, onde as assembleias de voto funcionavam desde sábado, mais de 260.000 pessoas exerceram o direito de voto, duas vezes mais face ao escrutínio de 2016. Na sua maioria jovens e ativos, estes eleitores são geralmente favoráveis à aliança USR-Plus (pró-europeus e arautos do combate à corrupção), e ao seu programa que propõe uma "renovação" da classe política.
Assolados pela pobreza e desemprego, quatro milhões de romenos emigraram nos últimos anos, em particular para a Europa ocidental, em busca de empregos mais bem remunerados.