"É o momento da Europa. A 27, 28 e 29 de dezembro, a vacinação vai começar por toda a União Europeia. Protegemos os nossos cidadãos em conjunto", escreveu a presidente do executivo comunitário na sua conta oficial na rede social Twitter.
O anúncio de Von der Leyen ocorre ainda antes de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter tomado uma decisão de autorização sobre a vacina desenvolvida pela Pfizer-BioNTech -- a que começará então a ser aplicada na UE ainda este ano -, o que acontecerá na próxima segunda-feira, 21 de dezembro, uma semana mais cedo do que a data inicialmente prevista.
Um porta-voz do executivo comunitário indicou durante a conferência de imprensa diária da Comissão que o anúncio do início da campanha de vacinação a partir de 27 de dezembro "é evidentemente condicional", partindo do pressuposto de que "tudo decorrerá conforme previsto", ou seja, que haja um parecer favorável por parte da EMA.
It's Europe's moment. On 27, 28 and 29 December vaccination will start across the EU.We protect our citizens together. We are #StrongerTogether#EUvaccinationdays pic.twitter.com/6VxDumysBL
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) December 17, 2020
A Comissão Europeia já anunciou que só necessita de um prazo de 48 horas a partir da decisão da EMA, e após consultas com os Estados-membros, para dar a sua 'luz verde' à colocação da vacina no mercado.
A vacina desenvolvida conjuntamente pelos laboratórios Pfizer (Estados Unidos) e BioNTech (Alemanha) foi a primeira a ser aprovada em vários países ocidentais, tendo já começado a ser administrada por exemplo no Reino Unido e nos Estados Unidos.
A UE já tem uma carteira com seis outras potenciais vacinas, e hoje mesmo a Comissão anunciou que concluiu "conversações exploratórias com a farmacêutica Novavax, com vista a adquirir também a vacina desenvolvida por este laboratório contra a covid-19.
O 'portfolio' já garantido por Bruxelas inclui as vacinas desenvolvidas AstraZeneca (300 milhões de doses), Sanofi-GSK (300 milhões), Johnson & Johnson (200 milhões), BioNTech e Pfizer (300 milhões), CureVac (405 milhões) e Moderna (160 milhões).
Depois da vacina da Pfizer e BioNTech, a seguinte a receber 'luz verde' da EMA deverá ser a da Moderna -- o parecer da agência europeia está agendado para meados de janeiro.
Na quarta-feira, intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia insistira na necessidade de a UE iniciar "tão cedo quanto possível" a campanha de vacinação contra a covid-19, a arrancar em simultâneo nos 27 Estados-membros, para assegurar a erradicação "deste vírus horrível".
Aludindo à reunião da EMA da próxima segunda-feira, na qual deverá ser então aprovada a primeira vacina, Von der Leyen afirmou que "a vacinação pode assim começar imediatamente, e outras [vacinas] seguir-se-ão no Ano Novo".
"E, no total, comprámos doses mais que suficientes para toda a gente na Europa, e ainda estaremos em condições de apoiar os nossos vizinhos e parceiros no mundo, para que ninguém fique para trás", afirmou a presidente do executivo comunitário.
Von der Leyen ressalvou que, "para chegar ao fim da pandemia, é, no entanto, necessário que 70% da população vacinada", o que admitiu ser uma "missão gigantesca".
"Por isso, comecemos tão cedo quanto possível a vacinação, juntos, a 27, a começar no mesmo dia. Iniciemos a erradicação deste vírus horrível juntos e unidos", disse.
No Conselho Europeu de quinta e sexta-feira da semana passada, também o primeiro-ministro, António Costa, apelou a que todos os Estados-membros da União Europeia iniciem as campanhas de vacinação simultaneamente, para assegurar uma imunidade de grupo "à escala da UE".
"Sugeri efetivamente que pudéssemos tentar coordenar o esforço para que arrancássemos todos no mesmo dia com o processo de vacinação. Para termos imunidade de grupo à escala da UE, não basta que um país alcance essa imunidade de grupo, é um esforço que tem de ser realizado simultaneamente em todos os Estados, e a melhor forma de todos o fazermos de uma forma coordenada é podermos arrancar todos ao mesmo tempo", defendeu.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.649.927 mortos resultantes de mais de 74,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 5.815 pessoas dos 358.296 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Leia Também: Regulador europeu deverá dar 'ok' a vacina da Pfizer antes do Natal