O ministro da Saúde húngaro Tomaz Gantar, que representa o Partido Democrático dos Pensionistas da Eslovénia (DeSUS, liberal), uma das quatro formações da coligação no poder, demitiu-se ao acusar o primeiro-ministro populista Janez Jansa de utilizar combate à pandemia para enfraquecer os contrapoderes.
"Não queremos uma orbanização do Estado ou da introdução de um sistema autocrático", tinha declarado na quinta-feira Karl Erjavec, o líder do DeSUS que representa os interesses dos reformados.
Viktor Orbán, o aliado húngaro do primeiro-ministro esloveno, é regularmente acusado por organizações internacionais e parceiros europeus de desprezar as regras democráticas instituídas pela União Europeia.
Janez Jansa declarou pretender ocupar temporariamente o lugar deixado vago pelo ministro demissionário.
No início de dezembro, suspendeu o financiamento da agência noticiosa STA, acusada de parcialidade na sua cobertura da gestão da pandemia pelo executivo.
Após a saída do DeSUS, que reivindicava restrições mais apertadas para conter o coronavírus, a coligação de Janez Jansa apenas dispõe de uma estreita maioria no parlamento, com 47 dos 90 lugares.
A Eslovénia, com dois milhões de habitantes, registou hoje um total de 2.270 mortes atribuídas, desde a passada primavera, à pandemia da covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.662.792 mortos resultantes de mais de 74,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 5.977 pessoas dos 366.952 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.