Número de mortos em atentado na Somália sobe para 15

A polícia atualizou para 15 o número de vítimas mortais do ataque de um bombista suicida nas imediações de um estádio na cidade central de Galkayo, na Somália, onde era aguardada a chegada do primeiro-ministro Mohamed Hussein Roble.

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Lusa
18/12/2020 19:55 ‧ 18/12/2020 por Lusa

Mundo

Somália

Informações anteriores davam conta da morte de seis pessoas, incluindo três oficiais do Exército.

O atentado foi reivindicado pelo grupo extremista Al-Shabab, afiliado da Al-Qaida, que numa breve declaração disse que o ataque tinha como alvo o primeiro-ministro da Somália.

O primeiro-ministro ainda não tinha chegado na altura da explosão.

"Houve uma forte explosão causada por um bombista suicida na entrada do estádio, seis pessoas foram mortas, incluindo três oficiais militares superiores", disse um polícia de Galkayo, Mohamed Abdirahman, citado pela agência France-Presse.

"A explosão ocorreu enquanto se esperava que o primeiro-ministro fizesse um discurso no estádio", na parte sul de Galkayo, localizada no estado semi-autónomo de Galmudug, acrescentou.

Galkayo, a 600 quilómetros a norte de Mogadíscio, atravessa os estados de Galmudug e Puntland, que também é semi-autónomo.

A cidade tem sido o cenário de violência mortal nos últimos anos entre tropas das duas regiões e entre clãs rivais que ocupam as partes norte e sul.

Um oficial militar em Galkayo, o coronel Ahmed Dahir, disse à agência noticiosa francesa que "o bombista suicida visou oficiais militares de alta patente que estavam perto da entrada do estádio", sem poder dizer "exatamente quantas pessoas morreram".

De acordo com testemunhas, a explosão provocou pânico no interior do estádio.

"Esperava-se que o primeiro-ministro estivesse dentro do estádio quando a explosão ocorreu. Vi fumo e pó e ouvi um 'bang' alto em direção à porta. As pessoas entraram em pânico e foi muito difícil sairmos durante vários minutos", contou uma testemunha.

"Vi várias pessoas muito feridas e corpos de homens, alguns com uniformes militares, mas não posso dizer quantos", acrescentou.

O porta-voz do Governo Federal da Somália, Ismael Mukhtar Omar, disse, citado pela agência Efe, que o atacante estava a usar um colete de explosivos e fez-se explodir à porta do Estádio Abdullahi Ice, em Galkayo.

"Pelo menos três membros do Exército da Somália, um ex-governador de Puntland (região semi-autónoma) e um número indeterminado de civis foram mortos neste ataque", disse Omar, citado pelas agências internacionais.

A Somália mergulhou no caos desde a queda do regime militar do Presidente Siad Barre em 1991, seguida de uma guerra de líderes de clãs e da ascensão do Al-Shabab.

O grupo controlava a capital somali antes de ser expulso em 2011 pelas tropas da União Africana (UA) que apoiavam o frágil Governo somali.

Atualmente controla vastas áreas rurais de onde conduzem as suas operações.

O primeiro-ministro Mohamed Hussein Roble, que tomou posse em setembro, estava na cidade como parte de uma visita ao estado central de Galmudug.

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