O vice-ministro da Saúde, Ali Reza Raisi, anunciou para hoje e domingo que "a proibição do tráfego de veículos urbanos será aplicada a partir das 20h00, e todos os locais de trabalho exceto os essenciais, serão encerrados a partir de 18h00", divulgou a agência oficial de notícias iraniana Irna, citada pela Efe.
No mês passado, o Irão aplicou o recolher entre 21h00 e as 04h00, com o objetivo de evitar o encontro de familiares e amigos, que foi ampliado em uma hora. O horário das lojas não essenciais foi reduzido em duas horas, permanecendo abertas apenas até às 18h00.
Estas mudanças surgem em virtude da tradicional cerimónia do solstício de inverno, a 'Yalda', que ocorre na noite de 21 de dezembro.
Nesta noite que, tradicionalmente se festeja na casa dos avós ou dos mais velhos da família, jantam todos juntos e permanecem durante a noite contando histórias e lendas do país enquanto aguardam o amanhecer.
No Irão existe uma versão islâmica do dia do enfermeiro que, segundo o calendário islâmico, coincide este ano com a 'Yalda'.
O Presidente iraniano, Hassan Rohani, referiu hoje essa coincidência e pediu que não se fizessem visitas "para apoiar os enfermeiros e a saúde de todos, sobretudo dos idosos da família".
"Pedimos às pessoas que interrompam as visitas e realizem esta cerimónia sem a sua presença", através de telefonemas e pela Internet, afirmou Rohani, citado pela Irna.
Segundo os responsáveis iranianos de Saúde, graças ao recolher obrigatório, à redução do horário comercial e ao cumprimento dos protocolos por parte da população, o país tem alcançado uma tendência de queda tanto no número de infeções e mortes como de internamentos hospitalares por covid-19.
Em novembro, antes de impor o recolher obrigatório e restringir o horário comercial, registaram-se 486 mortes e 14.051 infeções no país.
Segundo dados do Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas ocorreram 175 mortes e 6.421 infeções.
Desde o início do surto pandémico em fevereiro, foram registados 53.448 óbitos no país e 1.152.072 pessoas infetadas.