As lojas britânicas armazenaram muitos produtos - temendo o efeito do 'Brexit', cuja fase de transição termina no dia 31 -- o que deve "evitar problemas imediatos", disse hoje Andrew Opie, do Consórcio do Comércio Britânico.
No entanto o responsável admite riscos de escassez perante um prolongamento da situação.
A rede de supermercados Sainsbury's, uma das principais no Reino Unido, também foi tranquilizadora, explicando num comunicado que "todos os produtos para o tradicional almoço de Natal já estão no país e em grande quantidade".
"Nós comprámos o máximo possível do Reino Unido e estamos a ponderar modos alternativos de transporte para produtos vindos da Europa", acrescenta o comunicado.
A Sainsbury's alerta, porém, que, se a situação continuar, surgirão problemas com o abastecimento de produtos perecíveis como "alface, couve-flor, brócolos e frutas cítricas, todos importados do continente nesta época do ano".
Ian Wright, diretor administrativo da Federação de Alimentação e Bebidas britânica, é um pouco mais pessimista e diz que a suspensão da chegada de contentores oriundos do continente europeu "tem o potencial de causar interrupção no fornecimento de produtos frescos para o Natal".
O encerramento das fronteiras do Reino Unido - provocado pela descoberta de uma nova variante particularmente contagiosa do novo coronavírus -- está a causar o caos no porto de Dover, que já estava sobrelotado há várias semanas porque as empresas já estavam a armazenar produtos, a pensar no fim do período de transição do 'Brexit', em 31 deste mês.
As lojas e os negócios em geral tentaram abastecer-se antes do final do ano, temendo que, em caso de "não acordo", as formalidades administrativas levassem a enormes congestionamentos e atrasos nas entregas.
Cerca de 10.000 camiões passam diariamente pelo canal da Mancha durante os períodos de pico de procura antes do Natal, de acordo com profissionais do setor.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.