O partido de Gantz, o Azul e Branco, anunciou hoje que contactou o chefe do Governo para lhe enviar cinco pedidos como condição para continuar a promover um projeto de lei que prorrogue o prazo para aprovação de orçamentos.
Esta é a questão que divide os dois partidos da coligação governamental, no momento em que procuram um acordo de última hora que impeça o país de ficar condenado a uma nova eleição, a quarta em dois anos.
O regulamento, que hoje foi revisto e validado por uma comissão parlamentar, deveria ter sido votado esta tarde no plenário do Parlamento, mas dadas as divergências atuais, hoje noticiadas pelos 'media' israelitas, é provável que tal não seja para já possível.
Gantz, entre outras questões, exigiu de Netanyahu "uma aprovação garantida do orçamento de Estado 2020-2021", que possa permitir a nomeação de altos funcionários do Estado pendentes de nomeação e que se fechem as "possíveis brechas legais" que impeçam a passagem da liderança do Governo por parte de Netanyahu, no outono de 2021, como ficou estabelecido no programa da coligação.
Gantz também pediu que o ministro da Justiça, Avi Nissenkorm, permaneça no cargo, "sem mudanças que sejam prejudiciais ao Estado de Direito", uma exigência que surge depois de os 'media' locais terem noticiado que o Likud, partido de Netanyahu, pediu a demissão ou redução de poderes deste membro do Azul e Branco, para tentar ganhar influência no campo jurídico.
Netanyahu disse esta tarde que Gantz, "devido à pressão interna" do seu partido, "decidiu violar" o princípio do acordo que tinham alcançado na noite anterior, o que pode "arrastar o país para eleições desnecessárias, em plena da crise do novo coronavírus".
"Não queremos eleições, por isso estávamos dispostos a votar no Parlamento para as evitar, mas se elas nos forem impostas, venceremos", acrescentou o primeiro-ministro israelita.
A pouco mais de 24 horas do período em que a dissolução do Governo se torne inevitável, o cenário político em Israel está cada vez mais incerto, e analistas consideram que o país está condenado a eleições antecipadas, provavelmente a realizar em março.