"Não temos ainda uma ideia clara dos danos e custos que precisamos, mas a previsão é de que o fenómeno atinja cerca de um milhão de pessoas", declarou a diretora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Luísa Meque, falando à comunicação social momentos após uma reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, em Maputo.
A tempestade, apelidada de "Chalane" e que afetou também Madagáscar, formou-se no Oceano Índico, atingindo o centro de Moçambique durante a madrugada de hoje, com ventos entre 90 e 100 quilómetros por hora.
O fenómeno está a atingir parte das províncias de Sofala e Manica e as autoridades moçambicanas não tem a ainda a ideia do impacto da mesma, embora as avaliações preliminares indiquem que não houve danos profundos.
A chuva, que continua a cair em alguns pontos, foi intensa durante as primeiras horas, estando momentaneamente a abrandar, segundo informação do Instituto Nacional de Meteorologia.
"A tempestade sai agora da província de Sofala para Manica e a tendência é de redução da velocidade do vento, mas isso vai provocar muita chuva", disse à imprensa LeloTayob, do Instituto Nacional de Meteorologia.
"Continuamos a apelar às populações para manterem a calma", declarou a diretora-geral do INGC, acrescentando que as populações dos pontos afetados acataram atempadamente as recomendações das autoridades, em resultado das experiências resultantes da passagem de dois ciclones no ano passado.
Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre Moçambique.