Ministro da Saúde de Espanha vai deixar governo para ser candidato

O ministro da Saúde espanhol, figura de destaque na luta contra a covid-19, vai deixar o cargo para se dedicar à campanha eleitoral na Catalunha, onde é o candidato socialista à presidência do governo regional, anunciou hoje o Partido Socialista.

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© Oscar J. Barroso Europa Press via Getty Images

Lusa
30/12/2020 18:00 ‧ 30/12/2020 por Lusa

Mundo

Catalunha

 

Salvador Illa, catalão de 54 anos, e com a pasta da Saúde desde janeiro no governo do socialista Pedro Sánchez, adquiriu notoriedade como coordenador da estratégia nacional de luta contra a pandemia, aparecendo frequentemente na televisão para fazer balanços da situação em Espanha, um dos países mais afetados pela covid-19, com mais de 50.000 mortes e quase 1,9 milhões de casos.

Illa foi também alvo de duras críticas da oposição de direita, que o acusou de "gestão nociva da pandemia", como escreveu hoje o secretário-geral do Partido Popular (PP), Teodoro Garcia Egea, no Twitter.

A oposição acusa Illa de, essencialmente, ter administrado a crise para fins eleitorais.

A Televisão Nacional Espanhola (TVE) disse que vai ser substituído pela atual ministra da Política Territorial e da Função Pública, Carolina Darias, que já está ligada à gestão da luta contra a pandemia.

A escolha de Illa como candidato do Partido Socialista da Catalunha (PSC) à presidência desta importante região do nordeste do país, que tem 7,5 milhões de habitantes, nas eleições de 14 de fevereiro, deve ser ratificada até ao final do dia por este partido em Barcelona.

Ao apostar numa personalidade proeminente e popular na Catalunha, os socialistas procuram melhorar a sua prestação nas anteriores eleições de dezembro de 2017, quando obtiveram apenas 17 dos 135 deputados no Parlamento catalão.

Acima de tudo, esperam aproveitar o facto de a popularidade do partido de centro-direita Ciudadanos, vencedor das últimas eleições, ter descido a pique nos últimos meses e vários partidos separatistas catalães, que detêm a maioria no Parlamento regional, se apresentarem desta vez divididos sobre a estratégia a seguir após o fracasso da tentativa de secessão lançada em 2017 pelo ex-presidente Carles Puigdemont, agora exilado no estrangeiro.

As sondagens preveem a manutenção de uma maioria pró-independência no Parlamento, mas com uma luta intensa entre os dois partidos pertencentes ao governo regional - Juntos pela Catalunha, o partido de Puigdemont, e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), cujo líder, Oriol Junqueras, está preso pela participação nos eventos de 2017.

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