"A decisão do Irão em prosseguir a violação das suas obrigações, aumentar o enriquecimento de urânio e promover capacidades industriais para o enriquecimento no subsolo apenas tem por explicação o seu desejo de avançar até ao seu objetivo de desenvolver um programa nuclear militar", assinalou Netanyahu na sua conta na rede social Twitter.
"Israel não permitirá que o Irão desenvolva armas nucleares", reafirmou.
O dirigente israelita respondeu desta forma ao porta-voz do Governo iraniano, que hoje anunciou o início da injeção de gás nas centrifugadoras da fábrica de Fordo para enriquecer urânio a uma pureza de 20%, em violação do acordo nuclear de 2015 assinado entre o Irão e seis potências (Estados Unidos, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido).
A decisão segue-se à aprovação em dezembro pelo parlamento iraniano de uma lei que estipula, entre outros pontos, a produção e armazenamento anual de 120 quilos de urânio enriquecido a 20%, um grau de pureza muito superior ao estabelecido no acordo de 2015, e na sequência da retirada dos Estados Unidos deste protocolo em 2018.
O Irão já tinha iniciado o enriquecimento até 4,5% em 2019, na sequência da decisão da administração norte-americana de Donald Trump.
Na perspetiva de um regresso ao acordo nuclear por Joe Biden após assumir a Presidência dos EUA prevista para 20 de janeiro, Netanyahu defendeu em novembro a manutenção da "política intransigente" contra a República Islâmica, e que representa um dos assuntos potencialmente mais complicados nas relações entre as autoridades israelitas e a nova administração de Washington.
Dias após estas declarações, o Irão denunciou o assassínio em Teerão do destacado cientista nuclear Mohsen Fajrizadeh e acusou Israel, que não assumiu a responsabilidade pelo ataque.