Os alunos do ensino primário e secundário, com máscaras, mediram a temperatura corporal antes de entrarem na escola, deixando para trás os seus pais aliviados e, ao mesmo tempo, preocupados.
"Estou feliz por as crianças estarem a voltar à escola", disse Hildah Musimbi, a mãe de um aluno, em Nairobi.
A mulher expressou no entanto os seus receios: "Neste momento, também estamos bastante preocupados porque não sabemos se outras crianças na escola têm o vírus, ou mesmo se os professores ou o outro pessoal da escola têm o vírus", disse à agência AFP.
O Quénia encerrou o sistema escolar em meados de março de 2020, logo após o aparecimento dos primeiros casos de infeção pelo novo coronavírus no país, e reabriu algumas aulas em outubro para a realização de exames.
Todas as escolas primárias e secundárias começam hoje a funcionar, mas as universidades podem fazê-lo mais tarde.
"Estamos felizes por estar de volta à escola. Foi uma longa pausa", disse Mercy Nderi, estudante da Escola Primária Kasarani, em Nairobi.
Os professores recusaram a entrada a estudantes sem máscara e tiveram dificuldade em impor regras de distanciamento físico nas salas de aula, muitas vezes cheias.
"É difícil porque não temos carteiras suficientes para garantir que os estudantes se distanciem um metro, mas estamos a fazer o nosso melhor", admitiu Mumbia, a diretora de uma escola primária em Voi, no sudeste do país.
O Quénia registou quase 97.000 casos e mais de 1.600 mortes atribuídas ao novo coronavírus, desde o início da epidemia. A taxa de positividade era de cerca de 5% na semana passada, com picos de 20% em outubro de 2020.
Mas as festividades de fim de ano e a reabertura de escolas e colégios suscitam o receio de que a propagação do vírus se acelere nas próximas semanas.
"Não há razão para os pais não mandarem os seus filhos à escola", disse o ministro da Educação, George Magoha.
"Temos medidas de proteção adequadas e em vigor, mas eles [os pais] devem certificar-se de que lhes fornecem uma máscara", acrescentou.
O Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, prorrogou este fim de semana o recolher obrigatório -- em vigor desde 25 de março -- para o período entre as 22:00 e as 04:00, até 12 de março.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.