"O que aconteceu em Washingtonnão é, sem dúvida alguma, próprio dos Estados Unidos", diz Emmanuel Macron numa mensagem vídeo difundida de madrugada através das redes sociais.
Nas imagens, o chefe de Estado francês fala junto a bandeiras da França, da União Europeia e dos Estados Unidos.
"Quando, numa das democracias mais antigas do mundo, apoiantes do presidente cessante questionam com armas os resultados legítimos das eleições, estão a destruir uma ideia universal: 'um homem, um voto'", afirma Macron.
"Não vamos ceder perante a violência depoucos que querem questionar a democracia", sublinha.
O presidente francês demonstra"confiança na força da democracia norte-americana" assim como "amizade" para com o povo dos Estados Unidos evidenciando a solidariedade "na luta comum para que as democracias saiam fortalecidas".
Horas antes das declarações de Emmanuel Macron, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-YvesLeDrianqualificava como "grave atentado contra a democracia", os acontecimentos de quarta-feira em Washington reconhecendo a vitória de Joe Biden nas eleições do passado mês de novembro.
Pelo menos quatro pessoas morreram na quarta-feira na invasão do Capitólio, em Washington, anunciou a polícia da capital dos Estados Unidos.
Além de 14 polícias feridos, dois deles em estado grave, foram efetuadas mais de meia centena de detenções.
A presidente da Câmara de Washington, Muriel Bowser, prolongou o estado de emergência pública na capital por mais 15 dias, até depois da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden, agendada para 20 de janeiro.
Quatro horas após o início dos incidentes, as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.
A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA foi interrompida devido aos distúrbios provocados pelos manifestantes pró-Trump no Capitólio, e as autoridades de Washington decretaram o recolher obrigatório entre as 18:00 e as 06:00 locais (entre as 23:00 e as 11:00 em Lisboa).
O debate no Senado foi retomado pelas 20:00 (01:00 de hoje em Lisboa).
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os violentos protestos ocorridos no Capitólio foram "um ataque sem precedentes à democracia" do país e instou Donald Trump a pôr fim à violência.
Pouco depois, Trump pediu aos apoiantes e manifestantes que invadiram o Capitólio para irem "para casa pacificamente", mas repetindo a mensagem de que as eleições presidenciais foram fraudulentas.