Capitólio. FBI investiga se intenção era fazer reféns e matar políticos
A publicação esclarece que o FBI inclui essa hipótese na sua investigação porque alguns dos invasores levavam consigo armas ou outro material destinados a deter, imobilizar ou magoar pessoas.
© Win McNamee/Getty Images
Mundo Capitólio
As autoridades norte-americanas já detiveram dezenas de pessoas que estiveram envolvidas no ataque de quarta-feira ao Capitólio e procuram muitas outras.
De acordo com o Washington Post, a polícia federal norte-americana (FBI), que está encarregue do caso, procura agora estabelecer se a multidão que irrompeu pela sede do Congresso, para além de criar caos e impedir a certificação do presidente Joe Biden, queria também fazer reféns ou atentar contra a vida de congressistas.
A publicação esclarece que o FBI inclui essa hipótese na sua investigação porque alguns dos invasores levavam consigo armas ou outro material destinados a deter, imobilizar ou magoar pessoas - o que sugeria intenções mais graves do que causar caos. Foram identificados, em invasores, algemas de plástico, para além de um homem que foi detido com uma arma de fogo. Foram ainda encontradas outras armas no local e dois engenhos explosivos.
"Não estamos a olhar para isto como uma grande conspiração, mas estamos interessados em saber o que iam fazer com braçadeiras de plástico", disse à publicação um responsável das autoridades, que, como muitos outros, falou sob condição de permanecer anónimo. Uma das hipóteses em cima da mesa é que alguns dos invasores sejamatuais ou antigos agentes de autoridade ou militares.
Apoiantes de Trump, ativistas pró-armas e seguidores do QAnon
Recorde-se que, pelo menos, três dos invasores já foram identificados, por serem conhecidos apoiantes de Trump e/ou seguidores do QAnon, o movimento responsável por teorias da conspiração. O primeiro foi Richard Barnett, líder de um grupo defensor do uso de armas do Arkansas, que entrou no gabinete de Nancy Pelosi e colocou os pés sob a sua secretária.
Foram também detidos Adam Johnson, o apoiante de Donald Trump que se fotografou a transportar o púlpito da líder democrata Nancy Pelosi, e Jacob Anthony Chansley, conhecido como Jake Angeli [na imagem], autoproclamado 'Xamã do QAnon', o tal movimento ou seita de seguidores de Donald Trump que defendem, por exemplo, que o presidente cessante dirige uma guerra secreta contra "pedófilos adoradores de Satanás".
Entre a multidão, porém, foram identificados elementos de grupos neofascistas e supremacistas brancos. A polícia federal ainda está à procura de vários indivíduos.
Polícia federal divulgou imagens de alguns indivíduos "de interesse"© Reprodução FBI
Os invasores destruíram várias salas da sede do Congresso e entraram em confronto com as forças de segurança, num episódio que alguns legisladores definiram como sendo uma tentativa de golpe e outros como um ato de insurreição.
A condenação do ataque foi generalizada, dentro e fora dos EUA, e Trump foi responsabilizado diretamente pelos acontecimentos como instigador da ação dos seus apoiantes, com líderes democratas a pedir a destituição do Presidente.
Por causa destes incidentes, Trump arrisca um processo de 'impeachment', que seria o segundo durante o seu mandato, antes da tomada de posse do futuro Presidente, Joe Biden, marcada para 20 de janeiro.
Leia Também: Capitólio. Plataformas podem ser obrigadas a partilhar dados na UE
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com