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Magnata israelita acusado de suborno na Guiné-Conacri julgado em Genebra

O magnata israelita dos diamantes e minas Beny Steinmetz está hoje a ser julgado na Suíça sob acusações de corrupção e falsificação de documentos num alegado esquema para ganhar concessões mineiras na Guiné-Conacri.

Magnata israelita acusado de suborno na Guiné-Conacri julgado em Genebra
Notícias ao Minuto

10:54 - 11/01/21 por Lusa

Mundo Beny Steinmetz

Em causa está o alegado pagamento de milhões a uma ex-mulher do falecido Presidente Lansana Conte para ganhar concessões de direitos de mineração de vastos depósitos de minério de ferro na região sudeste da Guiné-Conacri, contra um empresário rival.

Steinmetz, 64 anos, o único dos três arguidos presentes no tribunal de Genebra, negou as acusações.

Numa declaração de abertura, o advogado de Steinmetz, Marc Bonnant, disse que os fatos alegados tiveram lugar há muitos anos, levantou questões sobre a ausência dos outros arguidos e apelou ao tribunal de Genebra para declarar "nulo e sem efeito" o processo contra o magnata.

A presença na sala de audiências da antiga cidade de Genebra foi limitada devido às medidas de prevenção contra a covid-19.

O Ministério Público de Genebra afirma que os arguidos são suspeitos de corrupção de funcionários estrangeiros e falsificação de documentos para esconder das autoridades e bancos o pagamento de subornos.

Alguns fundos teriam transitado pela Suíça num caso que foi investigado na Europa, África e Estados Unidos.

O Ministério Público argumenta que Steinmetz estabeleceu um pacto de corrupção com Conte, que governou a Guiné-Conacri de 1984 a 2008, e a sua quarta esposa, Mamadie Toure, envolvendo o pagamento de quase 10 milhões de dólares.

O grupo suíço de transparência Public Eye disse que Steinmetz tinha empregado "estruturas obscuras" para esconder os esquemas alegadamente corruptos que foram geridos a partir de Genebra, onde viveu até 2016.

O grupo, citando um "julgamento histórico", disse que o caso mostrou como os paraísos fiscais podem ser utilizados para esconder atividades questionáveis, "mesmo ilegais", em países com fraca governação e regulamentação.

Espera-se que o julgamento decorra até 15 de janeiro, com um veredicto esperado em 22 de janeiro.

Leia Também: Magnata dos 'media' viu negada fiança após conhecer acusação judicial

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