Desse total de vacinas, da Pfizer e AstraZeneca, cerca de 50 milhões de doses estarão disponíveis entre Abril e Junho, um período considerado "crucial" para todos os 55 países-membros da organização dos países africanos, afirmou Nkengasong, numa conferência de imprensa "online" do Africa CDC sobre a pandemia no continente.
"Desde o início desta pandemia, temos mantido firmemente o princípio de não deixar nenhum país para trás", disse o chefe de Estado sul-africano e Presidente da União Africana (UA), Cyril Ramaphosa, depois de anunciar esta reserva numa cimeira extraordinária ontem à noite.
No âmbito da campanha de vacinação, foram estabelecidos acordos económicos com o Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), sediado no Cairo, para assegurar que todos os países tenham acesso às vacinas.
O Afreximbank fornecerá garantias antecipadas até 2 mil milhões de dólares aos fabricantes em nome dos estados membros da UA, que podem ser pagas, assim que as doses sejam entregues ou no prazo de cinco anos.
Este novo pacote de vacinas irá complementar os 600 milhões de doses - que poderão vacinar 20% da população do continente - reservados para África através do programa COVAX - a iniciativa internacional lançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Vaccine Alliance (GAVI).
Embora Nkengasong tenha reconhecido hoje que 270 milhões de doses "não são suficientes para todo o continente", disse que representam "um bom começo", acrescentando que os resultados da vacina russa, Sputnik V, estão a ser estudados.
África enfrenta há semanas uma segunda vaga, mais agressiva, da pandemia, com muitos países incapazes de confinar milhões de cidadãos, as hipóteses de sucesso dependem de uma distribuição em grande escala e rápida das vacinas, por forma a ser alcançada a chamada "imunidade de grupo".