Desespero em Manaus por falta de oxigénio em hospitais. "Misericórdia"
Relatos de falta de oxigénio para tratar pacientes com Covid-19 em Manaus começam a surgir nas redes sociais. Entretanto, o governador do estado do Amazonas determinou recolher obrigatório e encerramento de atividades entre as 19h00 e as 6h00.
© Noticias ao minuto
Mundo Brasil
O governador do estado brasileiro do Amazonas, Wilson Lima, determinou esta quinta-feira o recolher obrigatório na capital regional, Manaus, proibindo a circulação de pessoas entre as 19h e as 6h, assim como encerrando todas as atividades comerciais. O anúncio segue-se aos relatos de falta de oxigénio para tratar pacientes com Covid-19 na cidade.
Um desses relatos parte de uma mulher, aparentemente profissional de saúde de um hospital em Manaus, onde apela à doação de garrafas de oxigénio, num vídeo desesperado.
"Pessoal, peço a misericórdia de vocês. Estamos numa situação deplorável. Simplesmente acabou o oxigénio de toda uma unidade de saúde. Não há oxigénio. É muita gente morrendo", diz a mulher, que identifica a unidade de saúde e acrescenta, depois, um vídeo da polícia a entregar duas garrafas.
O vídeo, que pode ver abaixo, é partilhado por um jornalista da Globo News, que apelida a situação em Manaus de "crime".
O que está acontecendo hoje em Manaus é um crime.
— Renan Brites Peixoto (@RenanPeixoto_) January 14, 2021
Está faltando oxigênio nas unidades de saúde.
Cadê o governador?
Os senadores do Estado?
O ministério da Saúde?
pic.twitter.com/b70utmS1l6
Sublinhe-se que o investigador Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Amazónia, citado pelo jornal Folha de S. Paulo, disse ter recebido vídeos, áudios e relatos telefónicos de pessoas que atuam na linha de frente de unidades de saúde com informações dramáticas. "Acabou o oxigénio e os hospitais viraram câmaras de asfixia (...) Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes", acrescentou o investigador.
A falta de oxigénio para pacientes foi confirmada ao Folha pelo reitor Sylvio Puga, da Universidade Federal do Amazonas, que administra o Hospital Universitário Getúlio Vargas.
Puga explicou que na manhã de hoje, por falta de oxigénio, os pacientes receberam atendimento por meio de ventiladores mecânicos, que são equipamentos que precisam do auxílio de uma pessoa para funcionar, acrescentando que os funcionários do hospital trabalham para evitar a morte dos pacientes.
Segundo o jornal brasileiro, pelo menos 30 pacientes com Covid-19 que estão internados Hospital Universitário Getúlio Vargas serão hoje transferidos para o Hospital Universitário de Teresina, capital do estado do Piauí.
Leia Também: Oxigénio acaba para pacientes em hospitais da cidade brasileira de Manaus
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com