"Ainda há muitas pessoas preocupadas com a vacina", disse o chefe de Estado, em frente ao Palácio da Alvorada, a sua residência oficial, em Brasília, acrescentando: "Vou ser muito claro. Não podemos obrigar ninguém a ser vacinado".
A vacinação "é voluntária", insistiu.
"Afinal de contas, não está nada comprovado cientificamente com essa vacina aí. Não se concluiu que a vacina seja perfeitamente eficaz", afirmou Bolsonaro, depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador do Brasil) ter dado a sua aprovação a dois imunizantes.
Apesar de Jair Bolsonaro não se ter referido diretamente à Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, através do brasileiro Instituto Butantan, esse é o único imunizante a ser usado, atualmente, no Plano Nacional de Imunização do Brasil.
Por diversas vezes, Bolsonaro, um dos líderes mundiais mais céticos em relação à gravidade da pandemia, chegou a questionar a eficácia do imunizante chinês e recentemente referiu-se a ele como "a vacina daquele país".
O Brasil aprovou no domingo o uso de emergência da Coronavac e do imunizante desenvolvido pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. Contudo, este último não se encontra a ser utilizado porque as doses ainda não chegaram a território brasileiro.
O Presidente brasileiro, que continua a minimizar a gravidade do novo coronavírus, e que recuperou após ter contraído a doença, já enfatizou que não será vacinado contra a covid-19.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (214.147, em mais de 8,6 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.