Grécia assina contrato de 2.500 milhões para comprar 18 aviões de combate

A Grécia assinou hoje um contrato para a aquisição de 18 aviões de combate Rafale à França, reforçando a parceria com Paris face às tensões com a vizinha Turquia, indicaram hoje fontes oficiais grega e francesa.

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© PRAKASH SINGH/AFP via Getty Images

Lusa
25/01/2021 15:59 ‧ 25/01/2021 por Lusa

Mundo

Aviões de combate

Segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP), o montante da transação ascende a cerca de 2.500 milhões de euros (a agência Associated Press indica, por seu lado, que o valor é de 2.800 milhões de dólares -- 2.300 milhões de euros), e prevê que Paris forneça 12 aparelhos retirados do inventário da Força Aérea francesa, e seis outros novos ao construtor Dassault Aviation, bem como apoio logístico e armamento.

Evocando uma "parceria operacional muito densa" com Atenas, a ministra da defesa francesa, Florence Parly, que se deslocou à capital da Grécia para a assinatura do contrato, saudou a importância da venda dos Rafale que, pela primeira vez, foram vendidos a um país da Europa com quem a França pretende recentrar as suas exportações e cooperações.

A aquisição foi negociada em tempo recorde entre os dois governos.

As primeiras conversações começaram em setembro de 2020 por iniciativa do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, numa reação à exploração de hidrocarbonetos pela Turquia e às demonstrações de força de Ancara nas águas disputadas com a Grécia e com Chipre.

Nos últimos meses, a França posicionou-se ao lado de Atenas e enviou, durante o outono, vários Rafale e navios de guerra face à presença de vasos militares e de exploração petrolífera e de gás turcos em águas reivindicadas pela Grécia no mar Egeu e no leste do Mediterrâneo.

Em dezembro de 2020, a União Europeia (UE) considerou "ilegais e agressivas" as ações turcas.

A entrega dos aviões de caça franceses à Grécia deverá começar em julho e prolongar-se-á pordois anos.

"Os primeiros pilotos e técnicos da Força Aérea grega vão seguir nos próximos dias para França para formação", indicou o porta-voz do Governo de Atenas, Christos Tarantilis.

A Grécia e a Turquia concordaram em reiniciar as negociações com o objetivo de resolver a disputa pacificamente. Diplomatas dos dois países reuniram-se hoje em Istambul para retomar o processo interrompido há quase cinco anos.

No entanto, Atenas já indicou que continuará com um programa multimilionário para modernizar suas forças armadas após anos de cortes devido à crise financeira do país.

A França e os Estados Unidos estão a competir para fornecer à marinha de guerra grega novas fragatas, enquanto Atenas aprovou recentemente planos para cooperar com a empresa israelita de componentes eletrónicos defesa Elbit Systems para criar mais uma academia militar de voo no sul da Grécia.

"A atualização das capacidades da Força Aérea helénica por meio da aquisição de novos aviões de caça e de um novo centro de formação da última geração é fundamental para que a Grécia apresente uma dissuasão confiável", disse Michael Tanchum, membro sénior do Instituto Austríaco de Política Europeia e de Segurança, em declarações à AP.

"Também fornece a Atenas uma capacidade aprimorada para exercer uma autonomia estratégica quando as estruturas da UE e da NATO são consideradas inadequadas, tornando a Grécia mais um ator por direito próprio", acrescentou.

A partir de maio, o serviço militar obrigatório nas Forças Armadas gregas aumentará de nove para 12 meses.

Leia Também: Exploração do Mediterrâneo oriental: Turquia e Grécia retomam negociações

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