"A embaixada da China informou-nos, pela manhã, que a exportação dos 5.400 litros de insumos [ingredientes] para a vacina Coronavac [foi] aprovada e já estão em vias de envio ao Brasil, chegando nos próximos dias. Assim, também os insumos da vacina AstraZeneca estão com liberação [exportação] sendo acelerada", escreveu na rede social Twitter o chefe de Estado brasileiro.
"Agradeço a sensibilidade do Governo chinês, bem como o empenho dos ministros das Relações Exteriores, da Saúde e da Agricultura", concluiu Bolsonaro.
Em resposta, o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, afirmou, pelo Twitter, que a "China está junto com o Brasil na luta contra a pandemia e continuará a ajudar o Brasil neste combate dentro do seu alcance".
"A União e a solidariedade são os caminhos corretos para vencer a pandemia", acrescentou o diplomata.
Em 17 de janeiro, o Brasil aprovou o uso de emergência da Coronavac e do imunizante desenvolvido pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, iniciando imediatamente o seu Plano Nacional de Imunização com seis milhões de doses da fórmula chinesa.
Contudo, ainda na semana passada, as autoridades científicas do Brasil alertaram que a vacinação contra a covid-19 corria o risco de ser paralisada devido à falta de matéria-prima proveniente da China, para a produção de mais doses da Coronavac, assim como pelo atraso na entrega de ingredientes da vacina de Oxford, produzida localmente pela Fiocruz.
Segundo vários políticos, esse atraso no envio dos ingredientes para o Brasil deveu-se a problemas diplomáticos.
Bolsonaro, um dos líderes mundiais mais céticos em relação à gravidade da pandemia, chegou a questionar a eficácia do imunizante chinês e recentemente referiu-se a ele como "a vacina daquele país".
O Presidente fez ainda diversas críticas à Coronavac e chegou a frisar que o Governo brasileiro não compraria o imunizante porque a China teria um "descrédito muito grande".
Também o filho do chefe de Estado e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso, deputado Eduardo Bolsonaro, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, culparam a China pela disseminação do novo coronavírus, o que criou um mal-estar com Pequim.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (217.037, em mais de 8,8 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Leia Também: EUA repõe restrições a viagens a partir de espaço Schengen