Pelo menos 45 feridos em protestos contra confinamento no Líbano

Pelo menos 45 pessoas ficaram feridas em confrontos noturnos em Tripoli, no Líbano, entre as forças de segurança e grupos que se manifestam contra as restrições sanitárias impostas para travar a pandemia de covid-19.

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© Reuters

Lusa
27/01/2021 12:23 ‧ 27/01/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

De acordo com a Cruz Vermelha, nove feridos tiveram de ser transportados para o hospital.

Segundo a France Presse, os manifestantes, que se se opõem às medidas impostas para travar a propagação do novo coronavírus, laçaram 'cocktails molotov' (engenhos incendiários artesanais) e pedras contra a polícia que respondeu com granadas de gás lacrimogéneo e balas de borracha.

Na segunda-feira, trinta pessoas ficaram feridas em confrontos da mesma natureza em Tripoli, cidade onde as medidas de confinamento são menos respeitadas pela população.

Tripoli, no norte do Líbano, é uma das cidades mais pobres do país e vê-se afetada pelos efeitos económicos da pandemia de covid-19.

Uma parte significativa da população, sobretudo ostrabalhadores precários, ficousem rendimentos depois da entrada em vigor, no dia 14 de janeiro, de um confinamento absoluto visto que os hospitais esgotaram a capacidade de tratamento.

"Eu nem sequer posso comprar um pão", lamenta Abdallahal-Bahr, um manifestante de 39 anos.

"Nós, ou morremos de fome ou do coronavírus", acrescentou Al-Bahrpai de três crianças.

Até ao momento só se verificavam protestos em Tripoli mas desde terça-feira a contestação alastrou-se a outras regiões do país, principalmente com o bloqueio de estradas por parte dos manifestantes.

As autoridades libanesasprolongaram até ao dia 08 de fevereiro o confinamento estrito, considerado um dos mais severos do mundo.

O país, habitado por seis milhões de pessoas, regista 2.477 óbitos e um total de 285.754 casos de covid-19 desde o início da pandemia.

Além do recolher obrigatório permanente, o confinamento proíbe a abertura dos estabelecimentos comerciais e só permite a circulação aopessoal médico, jornalistas ou portadores de documentação especial para o efeito.

O Líbano enfrenta uma grave crise económica com uma depreciação histórica da moeda ehiperinflação e com uma grande parte da população a sobreviver sem rendimentos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.149.818 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins, dos EUA.

Leia Também: Covid-19: Líbano iniciou hoje confinamento rígido durante 11 dias

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