De acordo com a Cruz Vermelha, nove feridos tiveram de ser transportados para o hospital.
Segundo a France Presse, os manifestantes, que se se opõem às medidas impostas para travar a propagação do novo coronavírus, laçaram 'cocktails molotov' (engenhos incendiários artesanais) e pedras contra a polícia que respondeu com granadas de gás lacrimogéneo e balas de borracha.
Na segunda-feira, trinta pessoas ficaram feridas em confrontos da mesma natureza em Tripoli, cidade onde as medidas de confinamento são menos respeitadas pela população.
Tripoli, no norte do Líbano, é uma das cidades mais pobres do país e vê-se afetada pelos efeitos económicos da pandemia de covid-19.
Uma parte significativa da população, sobretudo ostrabalhadores precários, ficousem rendimentos depois da entrada em vigor, no dia 14 de janeiro, de um confinamento absoluto visto que os hospitais esgotaram a capacidade de tratamento.
"Eu nem sequer posso comprar um pão", lamenta Abdallahal-Bahr, um manifestante de 39 anos.
"Nós, ou morremos de fome ou do coronavírus", acrescentou Al-Bahrpai de três crianças.
Até ao momento só se verificavam protestos em Tripoli mas desde terça-feira a contestação alastrou-se a outras regiões do país, principalmente com o bloqueio de estradas por parte dos manifestantes.
As autoridades libanesasprolongaram até ao dia 08 de fevereiro o confinamento estrito, considerado um dos mais severos do mundo.
O país, habitado por seis milhões de pessoas, regista 2.477 óbitos e um total de 285.754 casos de covid-19 desde o início da pandemia.
Além do recolher obrigatório permanente, o confinamento proíbe a abertura dos estabelecimentos comerciais e só permite a circulação aopessoal médico, jornalistas ou portadores de documentação especial para o efeito.
O Líbano enfrenta uma grave crise económica com uma depreciação histórica da moeda ehiperinflação e com uma grande parte da população a sobreviver sem rendimentos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.149.818 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins, dos EUA.
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